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Famílias Cearenses & Francisco Augusto de Araújo Lima.

 

 

 

 

 

Coité, Santos Dumont, Aratuba, cidade situada na esquina da Serra de Baturité, sotavento sul e oeste, começou a ser povoada pelos idos de 1760 {para Antônio Bezerra antes ainda} - por gente que transitava Baturité / Canindé, Canindé /Baturité, via Pindoba. Daí a existência dos Colares, dos Cruz, Cordeiro, etc. etc. tanto em Canindé como em Baturité. As três ladeiras de Aratuba para Canindé: Marés, Fernandes e a da Agonia, se cruzam e isso não é por acaso. Olhar do semi - árido do Canindé para o verde da Serra intrigava e despertava o colono do sertão seco a subir e conquistar as terras altas e férteis.   Mulungu, Guaramiranga [Conceição] e Pacoti [Pendência], foram povoadas décadas depois.

   Outra: a cidade de Baturité veio na esteira do aldeamento indígena. Na sequência, gente do sertão seco, fugindo das secas, e para salvar seus gados, de pequeno e de grande porte, ocupou mais ou menos - até a cota altimétrica de 200 m da vertente oriental da Serra de Baturité, rica em água e alimentação para os animais. Os pioneiros vieram do Aracati, Icó, margeando os Rios Jaguaribe, Sitiá e Choró. Deixaram a ainda visível marca predatória da ocupação desordenada, com a quase extinção do solo e vegetação arbórea na citada cota de 200 m de altitude. Só tempo após, enfrentaram a tarefa mais difícil, subiram até o topo da Serra, sempre via barlavento.

   De Palmácia, imbricada a Maranguape não houve fluxo migratório pretérito para a Serra de Baturité. De Caridade = Cágado, Campos Belos = Inhoporanga, somente pelo ano de 1850 "os baixas renda" do Canindé [São Domingos] subiram a Serra para ocuparem sítios em Guaramiranga, via a estrada Miguelão.

  Ainda: das três versões da origem do café na Serra de Baturité, a primeira, os Caracas negociavam com o Furna Uchoa e trouxeram as sementes da Meruoca. A segunda os Caracas amigos dos Albanos = Costa e Silva, da Serra da Aratanha de lá trouxeram as sementes... e a terceira versão, a semente de café veio do Cariri cearense, por mãos dos Queiroz e Castelo Branco.

   A primeira versão a cronologia, derruba: o José de Xerez Furna Uchoa, Capitão Mor da Vila Distinta e Real do Sobral, onde comerciava e fazia agricultura na Serra da Meruoca, no seu Sítio Santa Úrsula, morreu a 1º de abril de 1797. O cidadão dito pela tradição oral que comerciava com o Furna Uchoa, José Pacífico da Costa Caracas, nasceu a 05 de junho de 1819, na Serra de Baturité, Ceará. Assim nasceu 22 anos após a morte do José de Xerez Furna Uchoa. Não existe comércio entre morto e vivo, portanto...

   A segunda versão, que o mesmo José Pacífico da Costa Caracas cultivava a amizade do José Francisco da Silva Albano, Barão de Aratanha, fenece, porque o dito Barão nasceu a 21 de maio de 1830, em Fortaleza e foi ser gente, por volta de 1855, [idade adulta na época = 25 anos] quando já prosperava a cafeicultura na Serra de Baturité. As incoerências da tradição oral e dos "COPISTAS" que nada pesquisam, sem noção e sem critério.

  Prevalece a teoria que se o café PRIMITIVO da Serra de Baturité é o Maragogipe, = Nacional ou Típica, que se cultivava na Bahia, fato que se constatou no ano de 1965 e que anotado em detalhes, SEMACE, 1992, op. cit. As sementes do Maragogipe baiano foi parar no sul cearense. Então o café veio via Cariri cearense, por gente das famílias QUEIROZ [Sítio Munguaípe, Guaramiranga]  e CASTELO BRANCO [Sítio Bagaço, Mulungu.]

   Por outro lado, quem foi pioneiro no plantio do café, não foi o dono da terra, o dono do sítio. Os pioneiros na cultura cafeeira foram os homens do dinheiro que arrendavam as terras para implantar a lavoura, derrubando a mata e planta café a pleno sol, consorciado. Os titulares da posse usavam a terra para o plantio de mandioca, cana de açúcar e de forma prioritária, para salvar seus gados.

   Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima, Sítio Bom Sucesso, Guaramiranga, Serra de Baturité, Ceará, 17.10.2010. Cf. Fco. Augusto, Zoneamento Ambiental da APA da Serra de Baturité, Diagnóstico e Diretrizes, SEMACE, Fortaleza, 1992, p. 30 /38 e 59/78. Cf. Colaboração Marcélio Farias e Clóvis Lobo.