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 Famílias Cearenses & Francisco Augusto de Araújo Lima.   

  Ascendentes do Médico dos Pobres Doutor Adolfo Bezerra.

Por Francisco Augusto de Araújo Lima. Cf. Famílias Cearenses Treze – Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes, 2.300 páginas. genealogia@familiascearenses.com.br 

                      

                Adolfo Bezerra de Menezes. Fonte Foto: http://www.nossosaopaulo.com.br/Espiritismo/BezerraDeMenezes. htm

                                                                                    

  Domingos Antunes da Costa nasceu aos dezesseis dias do mês de novembro de 1722, no lugar de Chouselas, Freguesia de São Tiago de Vilela, Amares, Braga, filho de Bartolomeu Antunes, e de sua segunda mulher, Maria da Costa. Neto paterno de João Dias e de Ana Antunes, da Freguesia de Vilela. Neto materno de João Borges e de Isabel da Costa, da Freguesia de Dornelas, Amares, Braga.

   Domingos Antunes da Costa casou-se com Maria de Souza Maciel, n. na Freguesia do Icó, filha de Bernardo de Souza Preza e de Francisca Maria Maciel. Neta paterna de João Batista e Maria de Souza. Neta materna de Manoel Pinheiro do Lago e de Rosa Maria Maciel.

Filhos por Domingos Antunes da Costa e Maria de Souza Maciel. 1.-4.

  1. José Antunes da Costa    2. Francisca Maria da Costa        3. Manoel Antunes da Costa     4. Ana Maria da Costa                                   

 Destaque para:

4. Ana Maria da Costa natural do Riacho do Sangue, Jaguaretama, Ceará.  Casou-se a 08 de janeiro de 1778, na Igreja Matriz de Quixeramobim, ‘pelas oito horas da manhã’, com Antônio Bezerra de Souza Menezes nasceu a 23 de março de 1758, e batizado a 13 de abril seguinte, na Capela de Santa Ana, Caatinga do Góis, Jaguaruana, por padrinhos, João de Souza Bezerra e Teresa Maria, viúva. Oficiante o Padre Francisco Ferreira de SOUZA e não Faria, como consta em outros trabalhos. Presentes a cerimônia religiosa de casamento, o Padre  .?., as testemunhas, Bernardo de Souza, casado, e o Alferes Antônio Saraiva Leão. Cf. Livro de Matrimônios, Quixeramobim.

   Antônio Bezerra de Souza Menezes, filho de Antônio Bezerra de Souza, natural de Olinda, Pernambuco, e de Teresa Maria de São José, n. na Caatinga do Góis, Jaguaruana. Neto paterno de João de Souza Pereira, n. Ipojuca, Pernambuco, e de Joana Bezerra de Menezes, n. Olinda. Neto materno de José Ferreira Colaço Jr. n. no Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, e de Teresa Maria de Jesus, n. na Freguesia de N. Senhora da Conceição da Ilha de Itamaracá, Pernambuco.

   Antônio Bezerra de Souza Menezes participou dos movimentos de 1817 e 1824. Preso foi condenado à morte, sendo a pena comutada em degredo perpétuo no interior do Maranhão. Faleceu a caminho do desterro. Fonte: F. Silva Nobre, 1001 Cearenses Notáveis, Casa do Ceará Editora, Rio de Janeiro,1996. p. 254.  Pais de 4.1.-4.4.

   4º filho por Ana Maria da Costa e Antônio Bezerra de Souza Menezes. 

4.4. Antônio Bezerra de Menezes nasceu na Freguesia das Russas. Capitão.

   O Capitão Antônio Bezerra de Menezes casou-se com Fabiana de Jesus Maria, Fabiana Cavalcante de Albuquerque nasceu a 29 de setembro de 1791, no Riacho do Sangue, Jaguaretama, e faleceu a 05 de agosto de 1882, em Fortaleza.

Filhos: 4.4.1.- 4.4.7.

Destaque para:

4.4.7. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante nasceu no dia 29 do mês de agosto de 1831, no Riacho do Sangue, depois Frade, por fim, Jaguaretama, Ceará, e faleceu a 11 de abril de 1900, na cidade do Rio de Janeiro. Médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1856.

  Foi um dos pontífices do Espiritismo Brasileiro, que ele defendia e propagava nos jornais e em artigos assinados como MAX”. Político, defensor da abolição da escravatura, líder do Partido Liberal, vereador no ano de 1873, ocupou a presidência da Câmara Municipal, Deputado Geral pelo Município Neutro, Rio de Janeiro, e pela Província do Rio de Janeiro. Figurou na lista tríplice, 1878, para uma vaga no Senado, pelo Ceará. Publicista e um dos grandes nomes do espiritismo no Brasil. O destaque é o seu humanitarismo, trabalho anônimo em favor dos humildes e desamparados, recebendo do povo o cognome de "O MÉDICO DOS POBRES".

   A anotação dos dados coligidos em pesquisas nos Livros Eclesiais, das Freguesias de Russas e do Icó, revela que a sua família nunca foi originária do Sul do Brasil, e nem desprovida de bens materiais. Morou algum tempo, no oeste potiguar, em Martins, Rio Grande do Norte, município serrano e lindeiro do Ceará.

 

                   

   O Dr. Adolfo casou-se (1) a 06 de novembro de 1858, com Maria Cândida de Lacerda, filha de Manoel de Lacerda, n. no Rio de Janeiro, e de Maria de Lacerda, com geração de dois filhos e falecida a 24 de março de 1863. Sobrinha do Bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, Conde da Santa Sé, (31.10.1830/12.11.1890), e filha do Capitão de Mar e Guerra João Pereira de Lacerda e de Camila Leonor Pontes. O Doutor Adolfo casou-se (2) a 21 de janeiro de 1865, com Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã uterina da sua primeira esposa, de quem houve sete filhos.

   Descendentes as esposas, de João Pereira de Lacerda, n. 1655, batizado a 07 de outubro de 1655, na Freguesia e Concelho da Horta (Matriz), Ilha do Faial, Região Autônoma do Açores, faleceu a 12 de setembro de 1692, na mesma Freguesia, filho do Capitão Amaro Pereira de Lacerda e de Maria Pereira de Lemos.

Termo de batismo de João Pereira de Lacerda: “Em os sete de outubro de 1655, batizou de nossa licença, o Reverendo Ouvidor Luís Pereira de Lacerda, a João, filho do Capitão Amaro Pereira de Lacerda e de sua mulher Maria Pereira de Lemos, foi padrinho o Padre Hierônimo Dutra, e por verdade me assinei era ut supra Manoel Diniz Home.”

   Adolfo Bezerra “em sua passagem terrena sofreu privações e viveu modestamente, deixando-nos um rastro luminoso de belos exemplos como médico, como irmão dos sofredores, como seguidor humilde e verdadeiro de Jesus”. Escreveu entre outros: A Casa Assombrada; A Loucura Sob Novo Prisma; A Doutrina Espírita Como Filosofia Teogônica (Uma carta de Bezerra de Menezes); Casamento e Mortalha; Pérola Negra; Evangelho do Futuro.

 Termo de óbito:Certifico que revendo o livro décimo terceiro dos assentamentos de óbitos do Registro Civil desta Pretoria d'elle a folhas cento e quinze consta o termo cujo theor é o seguinte: Aos doze dias do mez de abril de mil e novecentos nesta Capital Federal, em meu Cartório, compareceu o Doutor João Baptista Maia de Lacerda e exhibindo um atestado do Dr. Filgueiras Lima, me declarou que, à rua vinte e quatro de maio nº 93, faleceu, hontem, às 11 horas da manhã, de arteriosclerose, o Doutor Adolpho Bezerra de Menezes, brasileiro, branco, de sessenta e nove anos de idade, casado com D. Candida Augusta Bezerra de Menezes, deixando 2 filhos maiores e 4 menores, devendo ser sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier - Encarregado do Registro Civil Raul de Lima Torres.   Fonte: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Arquivo http://www.bezerramenezes. org.br/historico/ obito.htm

 

 

    Adolfo Bezerra de Menezes  e os seus seis irmãos, viveram a juventude na primeira metade do século XIX, e foram favorecidos pela fortuna. Dois dos seus irmãos, Bacharéis em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Academia de Olinda, um com com 26 anos de idade, (Manoel Soares) e outro 21 anos de idade, (Teófilo Rufino) graduados com três anos de diferença, ambos cursando a Faculdade, ao mesmo tempo, despesas duplicadas. O terceiro irmão, José Joaquim, Capitão, casou-se com 24 anos, com uma moça do clã Cunha Pereira, e ele próprio Adolfo Bezerra, formado em Medicina com 25 anos, que porventura já contou com a preciosa ajuda dos irmãos mais velhos. Lembre-se ainda, o casamento da sua irmã, Maria de Sousa Bezerra de Menezes, com o jovem Bacharel, futuro Desembargador, Francisco de Assis Bezerra de Menezes, 23 anos. Alertar que todos eles, irmãos e cunhado, ocuparam importantes funções na Província do Ceará.

   Os fatos demonstram que a família não poderia estar em estado de pobreza, pelos idos de 1831/1860. Por essa época, raro foi o caso, em uma família, na Ribeira do Jaguaribe, de três irmãos findarem o ensino superior. Sempre que acontecia envolvia uma família rica. O comum era um filho de pais pobre, amparado por um Padrinho ou tio, se tornar Padre. O primeiro a ter destaque em uma geração carente, preferencialmente era Padre, e como favorecido, amparava irmãos, sobrinhos, toda a parentela. Este ao amparar um sobrinho, o encaminhava para a carreira Militar, ou com muito sacrifício o ajudaria a conseguir graduar-se em Direito, em Pernambuco ou São Paulo, Engenharia, no Rio de Janeiro e mais difícil ainda, em Medicina, na Bahia ou no Rio de Janeiro.

   O usual era os pais abastados mandarem o filho, em uma longa viagem, por caminhos desabitados e tortuosos, montado a cavalo, acompanhado de arrieiro, rumo ao porto do Aracati, e daí, em navio, até o Recife, para realizar os exames preparatórios e estudar na Academia de Olinda, por exemplo. Tudo com elevados custos materiais e emocionais, a separação do menino do núcleo familiar, de onde partia com 14 - 15 anos de idade, para um ambiente assaz diferenciado do longínquo e ermo local da morada, na caatinga cearense.

  Segundo Thomaz Pompeo de Sousa Brasil, Ensaio Estatístico  do Ceará, Tomo II, 1864,  Fac  –  Símile  da  Fundação  Waldemar  Alcântara,  Fortaleza,  1997,  p.  245,  à distância em linha reta, da Freguesia do Icó a Aracati, era de 228 km, calculada com os recursos técnicos de então (1863). Pelas estradas da época - seria bem mais - porquanto acompanhavam o sinuoso leito dos rios.

   Ao aceitar que um cavalo se desloque em média, 30 quilômetros por dia, estima-se em mais de oito dias a viagem, Riacho do Sangue até ao porto do Aracati. Neste cálculo, incluído o tempo do percurso e as paradas diárias obrigatórias, em vivendas pré - determinadas, dispondo de água para banho das montarias, pasto para alimentação dos animais, refeição e pernoite para os viajantes, provimento para a matolagem. Do Aracati ao Recife, sete dias de viagem de navio, com as escalas nos portos, os enjoos, os riscos de navegar, a saudade e a esperança.

   Para concluir: Júlio Abreu, A Velha Academia de Olinda, RIC, Fortaleza, 1946, p. 86 /110, informa de 1832 a 1854, ano a ano, os cearenses graduados na Academia de Olinda. Nestes vinte e dois anos, concluíram o curso de Ciências Jurídicas e Sociais, sessenta e quatro cearenses de todas as regiões da Província, com uma média inferior a três Bacharéis por ano, ressaltando assim a façanha de Adolfo Bezerra de Menezes e dos seus irmãos.

                                 

Observação: No início o Povoado chamou-se Riacho das Pedras, Riachuelo, depois Riacho do Sangue, e foi à primitiva sede do atual município de Jaguaribe. No período de 1º de agosto de 1850 a 08 de setembro de 1864, a sede da Vila do Riacho do Sangue foi transferida para Cachoeira, atual Solonópole, de onde foi para Jaguaribe - Merim, 1873, retornando ao Riacho do Sangue, 1879. No ano de 1938, restaurou-se mais uma vez, com o nome de Frade, denominação que durou até a reforma toponímica, 1951, que mudou para Jaguaretama. Portanto no ano em que nasceu o Doutor Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, 1831, o município, era o de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, berço do ilustre filho. Jaguaretama, no Tupi, composição artificial significando lugar ou pátria de jaguar ou onça.

 Ver Raimundo Girão, O Ceará, 3ª Edição, Ed. Instituto do Ceará, Fortaleza, 1966, p. 318, 523. Barão de Studart, Dicionário BioBibliográfico, Vol. I, p. 04. http://br.geocities. com/ edsonbsouza/ mensagens/ bezerram.htm. Francisco Augusto de Araújo Lima. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Editora Expressão Gráfica, Fortaleza, 2016, Vol. I. p. 553.