Famílias Cearenses & Francisco Augusto de Araújo Lima.
Capela do Jaguaribe - Merim. Gravura de 1859, José Carlos dos Reis Carvalho, in História da Comissão Científica, Renato Braga, Fortaleza, 1962, UFC, IU.
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, Jaguaribe, 1983. Fonte: IBGE.
Por Francisco Augusto de Araújo Lima. Fortaleza, 18.09.2020. Cf. Francisco Augusto. Famílias Cearenses 8. Genealogia da Ribeira do Jaguaribe. Ed. Artes Digitais. Fortaleza, 2006. 1ª e 2ª parte. 949 p. Cf. Francisco Augusto. Famílias Cearenses 6. Anotações Genealógicas. Ed. Artes Digitais. Fortaleza, 2006. 647 p. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p. genealogia@familiascearenses.com.br
“Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, apoiam-se na opinião do Barão de Studart como a mais correta na interpretação do significado do topônimo: Jaguar = onça; e = água; be ou pe = no; ou seja, no rio da onça.
Jaguaribe - Mirim como inicialmente se chamou o núcleo, era denominação do riacho, braço do Jaguaribe (posteriormente Catingueira e Santa Rosa), transmitido ao sítio à sua margem, cuja construção e atribuída a os irmãos Francisco e Manuel Martins, vindos de Pernambuco.
As terras, devolutas foram mais tarde concedidas em sesmaria ao capitão João da Fonseca Ferreira, possuidor do sítio Santa Rosa desde 1697, tendo sido um dos primeiros povoadores da região.
Já em p princípios do século XVIII Fonseca Ferreira doou o Jaguaribe- Mirim a seu genro, coronel Manuel Cabral, que o vendeu ao padre Domingos Dias da Silveira, cura da vila do Icó.
Mais tarde, arrematada em leilão pelo padre João Martins de Melo, a propriedade foi doada a Francisco Eduardo Pais de Melo, por escritura de 25 de maio de 1786, para constituir seu patrimônio de ordenação. Com a morte deste, o sítio foi dividido entre 14 credores por despacho de 9 de fevereiro de 1813 do Ouvidor Antônio Manuel Galvão.
Com o desenvolvimento do povoado, que se estendeu pela margem direita do rio Jaguaribe, desapareceu de sua designação a partícula mirim. resultando o nome atual, que é o mesmo do Rio.”
Observação. Os pernambucanos, Francisco Martins c.c. Feliciana da Cunha Pereira e seu irmão Manoel Martins c.c. Ana C. Monteiro. O Coronel João da Fonseca Ferreira, sesmeiro, e uma mulher incógnita, pais de Cecília Joaquina da Fonseca, n. na Vila de Penedo, Alagoas, que se casou com Pascoal de Brito Maciel, nasceu na Freguesia da Vila Praia de Âncora, Caminha, Viana do Castelo. Manoel Cabral casado com uma filha do citado Coronel João da Fonseca Ferreira. Domingos Dias da Silveira, Padre, Cura do Icó, 1719. Outro Domingos Dias da Silveira c.c. Sebastiana da Silva CD Li3-409, pais de Domingos Dias da Silveira Jr. f. Domingos Dias da Silveira e Sebastiana da Silva c.c. Maria Hilária da Silva f. Antônio da Silva Paes e Catarina da Fonseca Moreira Li04-117. Pais de Ana Maria Santo c.c. José da Silva Luz Jr. f. José da Silva Luz e Maria Manoela Teixeira. José da Silva Luz faleceu a 04.05.1826, 40 anos, c.c. Joana Maria dos Santos. Russas CD8 L3 Ób 07 Russas CD8 L4 cas. 132. Padre João Martins de Melo nasceu em Jaguaribe, onde faleceu no ano de 1796, havendo oficiado no Icó, (1765) e em Jaguaribe. O Padre João Martins de Melo, dono das terras onde hoje se acha a cidade de Jaguaribe teve uma filha exposta a porta da sua casa, de nome Maria Francisca da Conceição que se casou com Bento Pacheco Sampaio nasceu aos vinte e um do mês de março de 1736, em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, filho de Inácio Pacheco e de Ana de Santiago, Ana de Oliveira, naturais e moradores no lugar de Capelas. O Padre Francisco Eduardo Pais de Melo, padrinho no ano de 1777, Padre em 1796. Faleceu em 1812.
Fonte. IBGE, Site. História de Jaguaribe. Cf. Raimundo Girão, O Ceará. Ed. Instituto do Ceará. Fortaleza. 1966. p. 320. Cf. Aureliano Diamantino Silveira. Ungidos do Senhor. Ed. Premius. Fortaleza. 2004. Vol. II. p. 175. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima, Banco de Dados, segundo Livros da Freguesia de Nossa Senhora da Expectação do Icó, da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário das Russas e da Freguesia de Santo Antônio do Quixeramobim. Copiados no ano de 1992. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses 8, Genealogia da Ribeira do Jaguaribe. Ed. Artes Digitais. Fortaleza, 2006. 949 p. Francisco Augusto. Famílias Cearenses 6 – Anotações Genealógicas. Ed. Artes Digitais. Fortaleza, 2006. 647 p.
Jaguaribe Merim. Famílias Ancestrais.
Carneiro Leão.
João Batista Carneiro Leão nasceu a doze de novembro de 1715, na Aldeia de Pica Frio, Picafrio, Concelho de Paços de Ferreira, Porto, filho de Agostinho Ferreira Pinto e de Teresa Carneiro Leão. Neto paterno de Simão Fernandes e de sua mulher Águeda Ferreira Pinto. Neto materno de Manoel Ferreira e de Joana Carneiro Leão, da Freguesia de Carvalhosa, Paços de Ferreira. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p.
Termo de batismo de João Batista Carneiro Leão, que fez uso do sobrenome da avó materna, e não o da tradicional família Ferreira Pinto, detentora da Casa de Picafrio.
Termo de batismo. “João, filho de Agostinho Ferreira Pinto e de sua mulher Teresa Carneiro Leão, da Aldeia de Pica Frio, desta Freguesia, nasceu aos doze dias do mês de novembro de 1715, e foi batizado aos vinte e quatro do mesmo mês e era acima, nesta Igreja de Santa Eulália donde seus pais são fregueses, por mim o Padre Manoel de Figueiredo, Cura da dita Igreja; foram padrinhos, o Doutor Manoel Soares da Silva, de Santarém, e Maria, filha de André Ferreira de Brito, da Freguesia de Ferreira, e por procuração do sobredito Manoel de Soares da Silva, Antônio Carneiro Leão, de Pica Frio, desta Freguesia; tocou na criança e assistiu ao Batismo; foram testemunhas, Miguel Ferreira, de Cuqueda, desta Freguesia, e o Padre João Ferreira, clérigo in minoribus, de Pica Frio, da mesma Freguesia, de que fiz este assento era ut supra. O Padre Manoel de Figueiredo.”
Termo de casamento dos pais de João Batista Carneiro Leão.
Termos de batismo dos pais de João Batista Carneiro Leão.
Termo de batismo da avó materna de João Batista Carneiro Leão – Joana Carneiro.
Termo de casamento dos avós maternos João Batista Carneiro Leão.
Termo de batismo da avó paterna de João Batista Carneiro Leão - Águeda Ferreira Pinto, herdeira da Casa de Picafrio.
Termo de casamento dos avós paternos João Batista Carneiro Leão.
Termo de casamento do bisavó paterno João Batista Carneiro Leão – André Ferreira Pinto.
Irmãos anotados de João Batista Carneiro Leão. Todos os Termos disponíveis no Siará Grande. Op. cit.
João Batista faleceu com 60 anos de idade, no início do mês de janeiro de 1775, na Fazenda das Aningas, Jaguaribe, Ceará, e a 09 de janeiro, é rezada missa por sua alma, na Igreja Matriz do Icó.
Aningas, do tupi a’nina, calafrio, arrepio da pele, arrepiar-se de frio ou de febre. Arbusto da família das Aráceas, Montrichardia linifera, Philodendron speciosun, que nasce às margens dos rios. Uso medicinal: seu suco é usado para curar úlceras e suas folhas, preparadas por cozimento, rendem chá indicado no tratamento do reumatismo. Coincidência: Aninga, calafrio, e Aldeia de Picafrio.
O Capitão João Batista Carneiro Leão casou-se com Maria Lins de Albuquerque nasceu em Sirinhaém, Pernambuco, filha de Carlos Fragoso de Albuquerque Jr., Capitão, n. Sirinhaém, Pernambuco, morou no Icó, e de Josefa Antônia da Silva, n. Olinda, Pernambuco. Neta paterna dos pernambucanos Carlos Fragoso de Albuquerque e de e de Joana Lins da França. Neta materna do Coronel João Batista da Silva, n. Pernambuco, e de Maria Lins da Assunção, n. Pernambuco.
Maria Lins de Albuquerque faleceu a 14 de abril de 1780, na sua Fazenda das Aningas, Jaguaribe.
Filhos: 1.-12.
- Antônio Carneiro Leão.
- Francisca Lins de Albuquerque.
- Pedro Carneiro Leão.
- Ana Lins de Albuquerque, n. 1761, em Jaguaribe, batizada a 16 de agosto de 1761, na Fazenda das Aningas. Dona Ana, faleceu com 19 anos incompletos de idade a 15 de abril de 1780, na Fazenda das Aningas, Jaguaribe, de propriedade do seu pai. Do mês de abril a setembro de 1780 faleceram nas Aningas, além de Ana, seus irmãos João Carneiro Leão, 17 de abril, Maria Lins de Albuquerque Filha, 14 de abril, e Ângela Lins de Albuquerque, 29 de julho, sugerindo um episódio atípico, uma epidemia, uma peste, pois em dias do mês de abril, morreram três filhos e em julho um quarto filho do Capitão João Baptista Carneiro Leão. Um quinto filho faleceu precocemente, Inácia Lins de Albuquerque, a 10 de dezembro de 1778. Tristeza na família. Ana Lins de Albuquerque casou-se a 24 de junho de 1779, na Igreja Matriz de N. Senhora da Expectação do Icó, com o Tenente José Fernandes da Silva Júnior, n. na Freguesia do Icó, filho de José Fernandes da Silva nasceu a 06.06.1704, no lugar dos Fornos, Porto, e de Isabel da Silva Távora.
- Catarina Lins de Albuquerque.
- Inácia Lins de Albuquerque.
- João Carneiro Leão.
- Ângela Lins de Albuquerque.
- Maria Lins de Albuquerque Filha.
- José Carneiro Leão.
- Teresa Carneiro Leão.
- Francisco Xavier de Albuquerque. Todos os Filhos disponíveis no Siará Grande. Op. cit.
Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p.
Cunha.
Manoel da Cunha nasceu no dia nove do mês de fevereiro de 1721, no lugar de Marrocos, Concelho de Paços de Ferreira, Distrito do Porto, filho primogênito de José da Cunha e de Domingas Dias. Neto paterno de Gonçalo da Cunha e de Maria Gomes. Neto materno de Pedro Dias e de Maria João. Obs. Nos termos cearenses consta ás vezes, por engano, João da Cunha. Nada de SOUTO MAIOR como foi sugerido por autor antigo. Cf. Manoel Pinheiro Távora. Távora e Cunha. RIC. 1971. p. 60,93. Cf. Cf. Plínio Diógenes Botão, Genealogia das Famílias, Távora, Diógenes, Pinheiro. Ed. OTS, Fortaleza. S/d. p.67,141.
Termo de batismo de Manoel da Cunha.
“Manoel filho de José da Cunha e de sua mulher Domingas Dias, nasceu aos 09 dias do mês de fevereiro de 1721, e batizado no próprio dia em que nasceu na Igreja de São Tiago paroquial de seus pais, por mim Padre Manoel Coelho, Cura desta Igreja; foram padrinhos, João da Rocha, lugar de Marrocos, Freguesia de São Tiago, e Francisca, solteira, filha de Pedro Dias, (e de Maria João), do lugar da Cal; foram testemunhas, João Coelho, solteiro, e seu irmão Antônio Coelho, desta mesma Freguesia de São Tiago de Modelos, de que fiz este termo que assinei com as testemunhas (que assinaram em cruz), era ut supra. Padre Manoel Coelho.” Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Vol. IV. 2.300 p.
No livro citado Siará Grande, consta o termo de casamento dos pais de Manoel da Cunha, termo de batismo de José da Cunha, termo de casamento dos avós paternos, termo de casamento dos avós maternos de Manoel da Cunha e irmãs anotadas de Manoel da Cunha.
Manoel da Cunha morador na sua Fazenda Xique-Xique, margem esquerda do Rio Jaguaribe, situada acima 2 km da antiga Boa Vista, atual Mapuá, Distrito do município de Jaguaribe, é citado como sendo da família Souto Maior, do que se discorda. Nos assentos portugueses, seus pais e avós não usaram Souto Maior.
Nos quarenta e seis termos cearenses pesquisados é anotado sempre como Manoel da Cunha. Somente um termo é Manoel da Cunha Souto (sem o Maior). Registrados doze filhos do casal, um único filho, o Francisco da Cunha, usou esporadicamente o Souto Maior. O seu filho homônimo Manoel da Cunha (dos Reis) e os demais dez irmãos não usaram Souto Maior. De onde surgiu essa fantasia de Souto Maior?
Manoel da Cunha casou-se na Freguesia do Icó, com Rosa Maria de Jesus, Rosa Maria da Silva nasceu no Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, filha de Amaro da Rocha Lemos, também conhecido como Amaro da Rocha Lavor, n. circa 1715, na Freguesia de Antônio do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, e de Maria Francisca da Silva, n. circa 1720, na Freguesia de Ipojuca, Pernambuco, e falecida no dia 11 de agosto de 1774, na Fazenda do Lobato, Freguesia do Icó, Ceará.
Amaro e D. Maria Francisca: um dos cônjuges é de ascendência portuguesa e o outro afro- descendente, pois os filhos são anotados ora branco ora pardo. Dona Rosa Maria de Jesus, neta paterna de Luís de Lima e de Margarida Gomes da Rocha e neta materna de Antônio Pereira de Carvalho e de Rosa Maria.
Termo de batismo de Margarida Gomes da Rocha (Neta) irmã de Dona Rosa Maria de Jesus.
“Aos dez dias do mês de setembro de mil setecentos e quarenta e um anos, nesta Freguesia de Nossa Senhora da Expectação do Icó, batizou de licença minha o Padre João Martins e Melo a MARGARIDA, parda, filha de Amaro da Rocha Lemos e de sua mulher Maria Francisca da Silva, e não lhes pós os santos óleos. Foram padrinhos Antônio Pereira e Maria Pereira, fregueses desta Freguesia de que fiz este acento, Diogo Freyre de Magalhães.” Cf. Fco. Augusto. Siará Grande. Op. cit.
Filhos por Rosa Maria de Jesus e Manoel da Cunha, tronco da ilustre família Fernandes Távora. 1.-12.
- Cipriana da Cunha 7. Domingos.
- Joaquim Cunha 8. Josefa da Cunha da Silveira.
- Rosa 9. Maria da Cunha.
- Antônio 10. Teresa Maria de Jesus.
- Francisco da Cunha 11. Joana da Cunha.
- Catarina 12. Manoel da Cunha dos Reis.
- Domingos.
- Josefa da Cunha da Silveira.
- Maria da Cunha.
- Teresa Maria de Jesus.
- Joana da Cunha.
- Manoel da Cunha dos Reis. Todos os Filhos disponíveis no Siará Grande. Op. cit. Cf. Siará Grande, op. cit.
Absalão Cardoso Fernandes casado com Ana Fernandes Távora, pais de:
1. Lígia Fernandes nasceu a 12 de agosto de 1920 e foi batizada a 28 de fevereiro de 1921, pelo Padre Francisco Silvano de Souza. Padrinhos, Raimundo Arruda e sua mulher Noemi Távora Arruda. Cf. Livro de Batismos, Ceará, familysearch.org.
2. Lauro Fernandes Távora nasceu a 04 de dezembro de 1917, em Jaguaribe Merim, e casou-se a 22 de agosto de 1942, nesta Igreja, dispensado no parentesco, com Ducila Távora Pinto nasceu a 06.05.1923, Acre, filha de Joaquim Pinto Nogueira Accioli e de Aurelina Távora Pinto. Testemunhas presentes: Waldemar Pessoa Amorim, Lígia Fernandes Amorim, José Andrade e Elzeduith Pessoa Amorim. Cf. Livro de Matrimônios, Ceará, familysearch.org.
Deógenes, Diógenes.
Diógenes Paes Botão, Manoel Diógenes Paes Botão, batizado a 20 de abril de 1698, na Capela de Gonçalo do Potengi, Rio Grande do Norte, por padrinhos, o Capitão João da Fonseca e Bernarda da Fonseca, filha da viúva Isabel Ferreira. Obs. Filho de Domingos Paes Botão e de Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira (Maria da Fonseca). Existe dúvida quanto a Diógenes ser o mesmo Manoel Diógenes ou se foi pai do Manoel, o que a cronologia justifica.
Explicação necessária. O termo de batismo de DEÓGENES só foi encontrado pelo fato do Diretor de Patrimônio do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, Tácito Luiz Cordeiro Galvão, haver descoberto um antigo Livro Eclesial do Rio Grande do Norte, guardado no IAHGP. Galvão comunicou ao pesquisador Fábio Arruda de Lima e a Francisco Augusto de Araújo Lima, que realizou a leitura paleográfica. Em um Encontro de Genealogia de Caicó, RN, Francisco Augusto, disponibilizou a todos os presentes, o conteúdo do referido livro eclesial, final do século XVII e início do século XVIII, importante também para a genealogia cearense, inclusive por conter o termo de batismo da Mãe dos Frotas da Ribeiro do Acaraú, e do primeiro casamento de Gonçalo Ferreira da Ponte Sênior. Ainda, os termos de batismos dos filhos de Alberto Pimentel de Melo casado com Francisca de Oliveira Banhos, ascendentes de Dona Fideralina Augusto Lima, das Lavras da Mangabeira.
Aos 20 de abril de 1698, na Capela de São Gonçalo do Potengi, realizou-se o batismo de DEOGENE = Diógenes, filho de Domingos Paes Botão e de sua mulher Maria da Fonseca. Padrinhos, o Capitão João da Fonseca Ferreira e Bernarda da Fonseca filha da viúva Isabel Ferreira. Cf. Livro RN DSC03155. Cf. Francisco Augusto Famílias Cearenses 7 – IPUEIRAS dos TARGINOS. Ed. Artes Digitais, Fortaleza, 2006. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Zero – Soares e Araújos no Vale do Acaraú. 2ª Edição. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2011. p. 164. 1ª Edição, 1989.
Deógenes, Diógenes faleceu a 25 de maio de 1769, viúvo, com todos os sacramentos, de idade 80 anos, (idade real 71 anos), e foi sepultado na Capela de Jaguaribe Merim, encomendado pelo Padre João Martins de Melo.
Diógenes Paes Botão deu origem à numerosa e ilustre família DIÓGENES na Ribeira do Jaguaribe. A tradição oral havia corrompido os fatos ora documentados. Maria da Fonseca a mesma Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira, irmã dos sesmeiros: João Fonseca Ferreira e Antônio da Fonseca Ferreira, o primeiro aliado dos Feitosas na questão contra os MONTES.
Diógenes casou-se com Antônia da Rocha Tavares, n. na Freguesia do Icó, ora de Mamanguape, Paraíba, filha de Luís Paes Botão, natural do Reino de Angola, e de Josefa Ferreira da Rocha, n. na Freguesia do Icó. Pais de 2.1.-2.2.
2.1. Diogo Paes Botão. Sem registros nos livros eclesiais.
2.2. Domingos Paes Botão nasceu na Freguesia do Icó. Coronel da Cavalaria do Icó.
Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes.2.300 p.
Jornal do Ceará 26.09.1904. O Sr. Antônio Diógenes Botão residente nas Damas, Parangaba, viajou dia 23 de setembro de 1904, para Manaus, Amazonas, em companhia de seu filho Artur Diógenes Botão. Jornal do Ceará 08.12.1911. Retornou da Europa, via Belém, Pará, no Vapor Pará, o Coronel Antônio Diógenes Botão. Cf. Um Bairro Chamado Damas, apud Francisco Augusto.
Abelardo Peixoto Diógenes casado com Petrolina Pinto Diógenes, pais de Francisca Pinto Diógenes nasceu aos 05 de junho de 1920, e casou-se a 3 de março de 1943, nesta Igreja, com o Tenente Luís Cals de Oliveira nasceu a 1° de fevereiro de 1920, Fortaleza, filho do Médico César Cals de Oliveira e de Hilza Diogo de Siqueira Oliveira. Cf. Livro de Matrimônios, Ceará. familysearch.org.
Nilson nasceu aos 07 de junho de 1924, filho de Abelardo Peixoto Diógenes e de Petrolina Pinto Peixoto Diógenes. Foi batizado nesta Igreja, sendo seus padrinhos, Valdomiro Fernandes e Maria Peixoto Botão. Cf. Livro de Batismos, Ceará, Igreja Católica Apostólica, Romana.
Francisco Diógenes Nogueira nasceu no ano de 1917, em Jaguaribe, Ceará, filho de Domingos Neto Diógenes e de Isaura Nogueira de Carvalho, casou-se a 28 de março de 1945, nesta Igreja, com Maria Nogueira Paes, n. 1920, Jaguaribe, filha de Domingos Paes Botão e de Militina Nogueira Paes. Cf. Livro de Matrimônios, Ceará, familysearch.org.
Fernandes da Silva.
José Fernandes da Silva nasceu aos seis dias do mês de junho de 1704, no lugar dos Fornos, Distrito do Porto, filho de João Fernandes e de Maria dos Santos, ambos do lugar dos Fornos. A tradição familiar, o tinha como da família de Montes e Silva. Outra versão era parente dos Fernandes Pimenta, o que também é engano de João Bosco Fernandes, autor do excelente Memorial de Família. Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses – Um. Ed. Premius, Fortaleza. 2001. 460 p. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p.
Termo de batismo de José Fernandes da Silva.
“José filho de João Fernandes e de sua mulher Maria dos Santos, desta Igreja dos Fornos, nasceu em seis de junho, e foi batizado aos oito do dito mês do ano de (mil) setecentos e quatro, por mim o Padre Manoel de Borges Teixeira, Coadjutor desta Freguesia; foram padrinhos, José de Castro e Catarina de Castro, deste lugar (de Fornos); testemunhas, Manoel Nogueira e o Reverendo Manoel de Beça que assinaram comigo o Padre Coadjutor Manoel de Borges Teixeira.”
O Sargento Mor do Jaguaribe José Fernandes da Silva faleceu no mês de setembro de 1770, na Ribeira do Rio Jaguaribe, Ceará, e foi rezada missa por sua alma na Igreja Matriz do Icó, a 14 de setembro, com esmola costumada dada pelo Capitão Mor Bernardo Nogueira, presentes oito padres.
José Fernandes casou-se com Isabel da Silva Távora, filha de Genoveva da Assunção n. Rio de São Francisco, e de Manoel Peixoto da Silva Távora, n. Porto, PT.
Filhos: 1.-10.
- Domingos Fernandes da Silva Peixoto.
- Bernarda Fernandes da Silva.
- José Fernandes da Silva Júnior.
- Inácio Fernandes da Silva.
- Manoel Fernandes da Silva.
- Raimundo Álvares Fernandes da Silva.
- Maria Francisca Fernandes da Silva.
- Antônio Fernandes as Silva.
- Alexandre Fernandes da Silva.
- Maria, filha exposta. Todos os Filhos disponíveis no Siará Grande. Op. cit.
Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p.
Pacheco Sampaio.
Bento Pacheco Sampaio nasceu aos vinte e um do mês de março de 1736, em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, filho de Inácio Pacheco e de Ana de Santiago, Ana de Oliveira, naturais e moradores no lugar de Capelas. Por engano citado como filho de Antônio Pacheco e de Luzia dos Santos, ou ainda filho de João Rodrigues Sampaio. Neto paterno de Manoel Pacheco e de Maria de Macedo. Neto materno de Silvestre de Oliveira e de Catarina de Souza.
Termo de batismo de Bento Pacheco Sampaio. “Bento, filho de Inácio Pacheco e de sua mulher Ana de Oliveira, naturais deste lugar de Capelas, nasceu em vinte e um do mês de março de 1736, foi batizado em vinte e cinco do dito mês, nesta Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, paroquial de seus pais, por mim Manoel de Medeiros e Almeida, Vigário dela; foram padrinhos, Manoel Pacheco, alfaiate, casado, morador neste lugar, irmão do pai do batizado, Josefa da Apresentação, filha famílias de Manoel Pacheco, Tesoureiro desta Igreja, e foram testemunhas o mesmo Manoel Pacheco, Tesoureiro e o mesmo padrinho, fiz e assinei o Vigário Manoel de Medeiros e Almeida.”
Bento Pacheco Sampaio casou-se (1) com Maria Francisca da Conceição, filha exposta a porta da casa do Padre João Martins de Melo, n. Jaguaribe, dono das terras onde hoje acha-se a cidade de Jaguaribe. Bento casou-se (2) a 12 de maio de 1776, na Capela de São Vicente, Lavras da Mangabeira, com Verônica Maria da Conceição, Venância, n. na Freguesia do Icó, filha do Capitão Antônio da Silva Marques, n. na Freguesia de São Julião, e de Teresa Maria de Jesus, n. na Freguesia do Icó. Presentes, o Padre Francisco Calado Bitencourt, as testemunhas, Domingos Gonçalves Torres, José de Coito Ferreira, e outros. Cf. Livros da Freguesia do Icó. Li1-137v – Li3-45,49v,93,105 – Li7-71v,152,184v. Cf. Siará Grande. Op. cit.
Filhos por Maria Francisca da Conceição e Bento Pacheco Sampaio. 1.-5.
- José nasceu a 02 de setembro de 1768, e batizado a 12 do mesmo mês e ano.
- João nasceu a 1º de novembro de 1769, batizado a 19 do dito mês e ano, na Capela do Jaguaribe Merim. Padrinho o Capitão Mor Antônio Correia de Araújo Portugal.
- Ana nasceu a 07 de fevereiro de 1773, e foi batizada a 02 de março do dito ano, na Igreja Matriz de N. Senhora da Expectação do Icó, pelo Padre Félix José de Morais. Padrinhos, Manoel de Melo, solteiro, tantum. Cf. Li04-111.
- Sebastiana nasceu a 08 de abril de 1775, e batizada a 19 do dito mês e ano, na Igreja Matriz de N. Senhora da Expectação do Icó, pelo Padre André da Silva Brandão. Padrinhos, o Capitão Manoel da Cunha, casado, e D. Inácia Francisca, solteira.
- Maria, batizada a 28 de junho de 1776, na Capela de N. Senhora das Candeias, Jaguaribe Merim, pelo Padre João Martins de Melo. Padrinhos, João Feijó e Joana Maria, todos moradores na Freguesia do Icó. Maria: de cujo parto deve ter falecido a sua mãe Maria Francisca da Conceição.
Filhos por Verônica Maria da Conceição e Bento Pacheco Sampaio. 6.-7.
- Alexandre, batizado a 22 de abril de 1777, na Capela de São Vicente Ferreira, Lavras da Mangabeira, pelo Padre Francisco Calado Bitencourt. Padrinhos, Domingos Gonçalves Torres, solteiro, e Ana Rita de São José, casada.
- Vicente nasceu a 22 de janeiro de 1778, e batizado a 18 de maio, na Freguesia do Icó, pelo Padre Frei Manoel de Santa Maria. Padrinhos, o Capitão José Antônio, solteiro, e Rita Francisca, casada. Cf. Francisco Augusto. Siará Grande. Op. cit.
Paes Botão.
Domingos Paes Botão nasceu no ano de 1671, no lugar do Passo, Freguesia de São Mateus de Botão, Concelho de Coimbra, filho de Antônio Francisco, o Novo, e de Ana Fernandes.
Termo de batismo de Domingos Paes Botão.
“Aos vinte e nove de junho da era de 1671, batizei Domingos, filho de Antônio Francisco, o Novo, e de sua mulher (Ana Fernandes), moradores no lugar do Passo; foram padrinhos, Manoel Vicente e sua filha Maria, do lugar da Larçam, desta Freguesia, de que fiz este assento que assinei. O Padre Vigário Manoel Diniz Brandão.”
Irmão anotado de Domingos Paes Botão.
- João foi batizado a 13 de agosto de 1665, padrinhos Manoel De Niz, Diniz, o Novo, e Maria Fernandes, viúva, do lugar do Passo. O Padre João de Souza, o batizou. João consta o nome de seus pais, Antônio Francisco e Ana Fernandes.
Domingos Paes Botão, sesmeiro, casou-se com Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira, irmã de João da Fonseca Ferreira e de Antônio da Fonseca Ferreira. Domingos vendeu a Fazenda do Riacho ao seu parente Licenciado Cirurgião Miguel da Silva.
Domingos teve uma enteada Isabel de Eça filha de .?. não se logrou esclarecer.
Domingos Paes Botão e D. Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira, pais de 1.-2.
1. Genoveva da Assunção natural do Rio de São Francisco. Casou-se com Manoel Peixoto da Silva Távora. Ver o título Manoel Peixoto da Silva Távora.
2. Diógenes Paes Botão, Manoel Diógenes Paes Botão, batizado a 20 de abril de 1698, na Capela de Gonçalo do Potengi, Rio Grande do Norte. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Vol. IV p. 2.300 p.
Peixoto da Silva (Távora).
Manoel Peixoto da Silva Távora nasceu no ano de 1685, batizado na Igreja de São Miguel, do lugar Entre - os - Rios, Porto. Residente na Fazenda Curralinho, Freguesia do Icó. No ano de 1754, já viúvo é testemunha no processo de bigamia contra Manoel Fragoso de Albuquerque. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Quatro Volumes. 2.300 p.
O Manoel Peixoto da Silva Távora chegou ao Ceará na primeira década do século XVIII, e muito significativo, nos livros eclesiais, todos os registros são: Manoel Peixoto da Silva, sem o Távora, de origem toponímica. Usou Távora nos documentos públicos, não em todos, pois aparece ora como Manoel Peixoto da Silva 1706, e Manoel Peixoto da Silva Távora, 1723. Das suas quatro filhas, somente Isabel da Silva, usa o Távora. As demais, Teresa de Jesus Maria, Maria Francisca Peixota e Ana Maria Peixotta, não usaram o Távora. E isso nos idos de 1725 / 1730, muito antes dos acontecimentos de 1759. Premonição?
Outro registro importante: João Carlos Augusto de Oyenhausen - Gravenburg, 1º Marquês de Aracati, nasceu a 12 de outubro de 1776, em Lisboa e faleceu a 28 de março de 1838, filho de Carlos de Oeynhausene Gravenburg, germânico, casou-se com Leonor de Almeida Portugal. Ou mais preciso: João Carlos Augusto, filho de mãe ainda desconhecida e enteado de D. Leonor, com quem conviveu e recebeu refinada educação. Neto paterno de Frederica Guilhermina de Lorena e de Frederico Ulrico, Conde de Oyenhausen .
Távora: ver título Manoel da Cunha n. a 09 de fevereiro de 1721, no lugar de Marrocos, Freguesia de São Tiago de Modelos, Concelho de Paços de Ferreira, Porto. Cf. Siará Grande. Op. cit.
Manoel da Silva Peixoto Távora casou-se com Genoveva da Assunção n. Rio de São Francisco, filha de Domingos Paes Botão, Sesmeiro no Rio Choró, n. na Freguesia de Botão, Concelho e Distrito de Coimbra, e de Sebastiana da Assunção Fonseca Ferreira, irmã de João da Fonseca Ferreira e de Antônio da Fonseca Ferreira.
Filhos: 1.-4. Todos os Filhos disponíveis no Siará Grande. Op. cit.
O Documento mais antigo encontrado nos Livros eclesiais (no ano de 1992), pelo pesquisador Francisco Augusto de Araújo Lima:
No dia 12 de fevereiro de 1712, na Fazenda Curralinho, Jaguaribe Merim, ocorreu o batizado de Antônio, filho de Francisco Pais e Mariana Pais, escravos do Sargento Mor Manuel Peixoto da Silva (Távora). Batizado pelo Padre Domingos Salgado Mota, Cura e Vigário do Icó. Cf. Li7-90. Cf. Francisco Augusto Famílias Cearenses 7 – IPUEIRAS dos TARGINOS. Ed. Artes Digitais, Fortaleza, 2006. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Árvore de Costado. Família Morais Fernandes Távora.
Cf. Livros de Batismos e Matrimônios, Icó. 1765/1778. Li7-90. Pesquisado por FAAL no ano de 1992 e divulgado conforme anotado acima.
Távora, sobrenome de origem toponímica. Região de Távora, com área de 5.000km², por onde corre o Rio Távora, afluente do Rio Douro na margem esquerda deste. Nasce nas proximidades do Concelho Trancoso, Distrito de Guarda e vai desaguar próximo a Freguesia de Távora, Concelho de Tabuaço, Distrito de Viseu. O Távora seria um hidrônimo. Outra alternativa: a Freguesia de Távora, Santa Maria, Freguesia de Távora, São Vicente, ambas no Concelho de Arcos de Valdevez, Distrito de Viana do Castelo, Portugal. Nada que sugira vinculação ao Marquês de Távora.
Importante esclarecer:
1º Marquês de Távora
D. Luís Álvares de Távora, n. 1632 e casou-se em 1655 com a sua prima coirmã, por via materna, D. Maria Inácia de Meneses, (c.1635-1693), filha do 1.º Conde de Sarzedas. Desta matrimónio conhecem-se 8 descendentes, dos quais 7 chegaram à maioridade:
- D. Maria Josefa de Távora, Condessa dos Arcos pelo casamento com D. Marcos de Noronha, 4.º Conde dos Arcos, (1650-1718).
- D. Inês Catarina de Távora, Condessa de Alvor pelo casamento com o seu tio D. Francisco de Távora, 1.º Conde de Alvor. (1646-1710).
- D. António Luís de Távora, 2.º Marquês de Távora (1656-1721), que sucederá a seu pai e casar-se-á com D. Leonor Teresa Rosa de Sousa, Marquesa de Távora (1652-1731), filha do 1.º Marquês de Arronches.
- D. Leonor Tomásia de Távora (? - 1725), que se casou em 1681 com Tristão Antônio da Cunha, senhor do morgado de Paio Pires (1663-1693).
- D. Rui Pires de Távora, canonista e letrado, abade de Castelo Branco arcediago de Neiva na Sé de Braga.
- D. Bernardo de Távora, O.S.A. canonista e letrado, Doutor em Teologia e Catedrático na Universidade de Coimbra.
- D. Arcângela de Távora, O.P., religiosa no mosteiro dominicano da Anunciada em Lisboa.
- D. Luís de Távora (c. 1673 - ?), nasceu póstumo e morreu jovem.
2º Marquês de Távora
D. Antônio Luís de Távora, (1656 – 08.02.1721), foi um nobre português, filho de D. Luís Álvares de Távora, 1.º Marquês de Távora (1634-1672) e de D. Maria Inácia de Meneses. Casou-se a 02.06.1776, idade de 20 anos, com D. Leonor Teresa Rosa de Sousa (ou de Mendonça), filha de Henrique de Sousa Tavares da Silva, 1.º Marquês de Arronches. Do enlace nasceram doze crianças, das quais nove atingiram a maioridade:
- D. Luís Bernardo de Távora, 5.º Conde de São João da Pesqueira (1677-1718), faleceu antes de seu pai, mas deixou descendência pelo casamento com D. Ana de Lorena, filha de D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º Duque de Cadaval.
- D. Henrique Vicente de Távora (1678- ?), Doutor em Teologia, Deputado do Santo Ofício, Abade de Vinhais e Tesoureiro-mor da Sé Patriarcal.
- D. Bernardo de Távora (1678-1678), gémeo do precedente, morreu pouco tempo após o nascimento.
- D. Bernardo de Távora (1680- ?), morreu muito jovem.
- D. Mariana Teresa de Távora, Condessa de Atouguia (1681- ?) pelo casamento com - - D. Jerônimo de Ataíde, 9.º Conde de Atouguia.
- D. Miguel de Távora (1683 - ?), O.S.A. Doutor e Lente em Teologia na Universidade de Coimbra, Provincial da sua Ordem.
- D. Inácia Rosa de Távora, Marquesa de Gouveia (1685- ?) pelo casamento com - ----- - D. Martinho de Mascarenhas, 3.º Marquês de Gouveia
- D. Bernarda Josefa de Távora, Condessa de Sarzedas (1686- ?), casada e logo viúva de seu tio D. João Alberto de Távora, 3.º Conde de São Vicente, casou em segundas núpcias com D. Rodrigo da Silveira, 3.º Conde de Sarzedas.
- D. Francisco Xavier de Távora (1687- ?) Mestre-de-Campo General dos Exércitos de Sua Majestade, Governador do Rio de Janeiro, padeceu de demência no final da vida.
- D. Isabel Micaela de Távora (1689-1689), morreu pouco após o nascimento.
- D. Antônio Luís de Távora (1690) O.S.A., Provincial da sua Ordem em 1734.
- D. Caetana de Távora (1691- ?), Religiosa no Mosteiro da Anunciada em Lisboa.
Antônio faleceu com 65 anos a 8 de Fevereiro de 1721. Em que pese ter tido ampla descendência legítima, deixou a Casa de Távora com problemas sucessórios. O seu primogénito D. Luís Bernardo precedera-o três anos na morte e o único filho varão de D. Luís morrera de bexigas com 17 anos em 1716. Dos outros filhos de D. Antônio, todos eram religiosos à exceção do grande comandante militar D. Francisco Xavier de Távora, que enlouquecera. A herança foi reclamada a D. Francisco nos tribunais por D. Leonor Tomásia de Távora, 3.ª Marquesa de Távora, neta de D. Antônio e filha de D. Luís Bernardo, casada com seu primo D. Francisco de Assis de Távora, 3.º Conde de Alvor.
3ª Marquesa de Távora
Leonor Tomásia de Távora, 3.ª Marquesa de Távora, (15.03.1700, Lisboa, 13.01.1759) foi uma nobre portuguesa do século XVIII, melhor conhecida por ter sido uma das vítimas executadas durante o Processo dos Távoras.
No dia 21 de fevereiro de 1718, apenas dias depois de se tornar uma Condessa, D. Leonor desposou seu primo Francisco de Assis de Távora, filho mais velho de D. Bernardo de Távora, o 3.° Conde de Alvor. Eles tiveram doze filhos, dos quais quatro chegaram à idade adulta:
- D. Mariana Bernarda de Távora, que desposou D. Jerónimo de Ataíde, 11.º Conde de Atouguia;
- D. Luís Bernardo de Távora, 4.° Marquês de Távora;
- D. Leonor de Lorena e Távora, que desposou D. João de Almeida Portugal, 2.° Marquês de Alorna;
- D. José Maria de Távora, que morreu solteiro.
Conhecida a descendência dos Marqueses de Távora, certifica-se que não houve algum Bernardino de Távora de Souza Tavares, na família dos citados Marqueses de Távora.
Bernardino de Távora de Souza Tavares, Bernardino de Souza Tavares de Távora, Familiar do Santo Ofício, https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=2323722 Senhor de Mira, filho de Luís Freire de Souza, n. Lisboa, e de Dona Joana de Távora, natural de Lagos, Faro, Algarve. Neto paterno de Alexandre de Souza e de D. Maria de Aragão, ambos da cidade de Lisboa. Neto materno de Bernardino de Távora e de D. Maria Mascarenhas, naturais de Lagos, Reino do Algarve.
Bernardino casou-se com sua sobrinha, Maria Madalena Josefa de Souza Freire, filha de Alexandre Freire de Souza e de D. Joana de Lima, naturais da cidade de Lisboa. Neta paterna dos nomeados Luís Freire de Souza, n. Lisboa, e de Dona Joana de Távora, natural de Lagos, Faro, Algarve. Neta materna de Álvaro Pires de Távora e de D. Maria de Lima, naturais da cidade de Lisboa.
Cf. Diligência de Habilitação de Bernardino de Souza Tavares de Távora. 18.10.1678. Tribunal do Santo Oficio, Conselho Geral, Habilitações, Bernardino, mç. 1, doc. 3. PT/TT/TSO-CG/A/008-001/4791. Cf. Diligência de Habilitação de Alexandre de Souza Freire. 1717/1720. Pretendente a familiar, natural e morador em Lisboa, filho de Bernardino de Sousa Tavares de Távora, familiar do Santo Ofício, e D. Maria Madalena Josefa de Sousa. Casado com D. Leonor Maria de Castro, natural da Baía (Brasil), filha de André de Brito de Castro, familiar do Santo Ofício, e de D. Francisca Maria. Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 72. PT/TT/TSO-CG/A/008-002/72. Habilitação Alexandre de Souza Freire f. Bernardino. https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2344095
Portanto se o Monsenhor Antônio Fernandes da Silva Távora, documentasse a ligação com o Bernardino de Távora de Souza Tavares, ele nunca seria descendente dos Marqueses de Távora e sim dos Senhores de Mira. Confusa a pesquisa do Monsenhor ou mal interpretada pelos seus sobrinhos, pior ainda se desconhecer o misterioso manuscrito queimado.
Ora se o Manoel Peixoto da Silva, requer sesmaria a 17 de agosto de 1706 e a 22 de fevereiro de 1712, batiza seu escravo ANTÔNIO, filho de Francisco Paes e Mariana, é contemporâneo e não descendente dos Governadores citados de forma equivocada. Cf. Op. cit. Maria José Távora Cobra, p. 153, 154. Li7-90.
A referida obra, O Velho Távora, diz o Barão de Studart haver sido queimada em incêndio no Jornal Católico, O Apóstolo, no Rio de Janeiro, em março de 1897.
O registro de “empastelamento” seguido de incêndio na sua sede existe. O seu acervo está a salvo na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, alguém salvou uma coleção. Disponível ainda em forma de Microfilme no Laboratório Multimídia de Pesquisa Histórica (LAMPEH) da Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa. Necessário pesquisar e elucidar a pesquisa O Velho Távora.
“O Apóstolo - periódico religioso, moral e doutrinário consagrado aos interesses da religião e da sociedade (guardado na Biblioteca Nacional,) foi publicado entre 1866 – 1901. Entre os anos 1866 e 1873 o jornal publicava-se uma vez por semana todos os domingos, e no ano de 1874 passa a ser publicado duas vezes por semana aos domingos e quartas-feiras. Durante todo o período analisado o redator é o Cônego José Gonçalves Ferreira e os proprietários redatores são: os Padres João Scaligero Augusto Maravalho e José Alves Martins de Loreto. Em sua grande maioria os artigos não são assinados, mas há também a utilização de pseudônimos”. Cf. http://www.ichs.ufop.br/ ner/images /stories/Renata_Batista_Brotto.pdf
O Padre João Scaligero Augusto Maravalho, é cearense de Sobral, n. a 23 de junho de 1845, filho de Rufino Alves Maravalho e de Francisca Carolina Pessoa. Razão tem o Barão de Studart, ao indicar o Jornal o Apóstolo, Rio de Janeiro, como local onde se encontrava o manuscrito. Op. cit. Vol. 1º. p. 87, 513.
A 07 de março de 1897, o Jornal o Apóstolo, “foi empastelado”, por jacobinos, após a notícia da morte do Coronel Antônio Moreira César, em Canudos, Bahia. Na ocasião o Padre Scaligero, refugiou-se na Europa. Ainda empastelados os jornais monarquistas, Liberdade e Gazeta da Tarde, Rio de Janeiro.
“Já era tarde e a excitação do povo aumentava na proporção de sua massa sempre crescente; assim, nesta indignação, lembraram-se dos jornais monarquistas, e todos por um, em um ímpeto de desabafo, foram às redações e tipografias dos jornais Gazeta da Tarde, Liberdade e Apóstolo e, apesar de ter a polícia corrido para evitar qualquer assalto a esses jornais, não chegou a tempo de evitá-lo pois a multidão aos gritos de viva a República e à memória de Floriano Peixoto invadiu aqueles estabelecimentos e destruiu-os por completo, queimando tudo. Então começaram a quebrar e inutilizar tudo quanto encontraram atirando depois os objetos, livros, papéis, quadros, móveis, utensílios, tabuletas, divisões, etc..., para a rua de onde foram logo conduzidos para o Largo de S. Francisco de Paula onde formaram uma grande fogueira, ficando outros em montes de destroços na mesma rua do Ouvidor.” Apud Euclides da Cunha, Os Sertões, ED. Círculo do Livro, 1954. p. 30.
Juarez Távora, informa que o aludido manuscrito “perdeu-se em um incêndio na tipografia da Imprensa Nacional,” o que é um engano. Juarez Távora. Uma Vida e Muitas Lutas. MEMÓRIAS. Ed. Livraria José Olympio Editora. RJ. 1974. p.22.
O certo é que o Monsenhor Antônio Fernandes da Silva Távora, deve ter realizado pesquisas, já que todo o acervo da grande Freguesia do Icó permanecia na cidade do Icó e só depois do ano de 1914, transferido para a Cúria Diocesana do Bispado do Crato, onde o Monsenhor Távora foi Vigário, e tinha fácil acesso. Este caminho foi trilhado, de forma cuidadosa e nada encontrou-se que indicasse algum liame familiar Nascimento Fernandes com a nobreza portuguesa dos Távoras.
Árvore de Costado da Família Távora da Primeira á quarta Geração. Organizada por Antônio Carlos Teixeira Leite. Apud Maria José Távora Cobra, Contribuição à Genealogia e História dos Távoras no Brasil. Ed. Athalaia, Brasília, 2009. 159 p.
“A Árvore apesar de se encontrar correta na metade inferior , onde expõe a família Silveira Távora, e também na metade superior referente aos Fernandes Távora, tem o gravíssimo erro de unir essas duas diferentes linhagens em um mesmo tronco. Originalmente teria com certeza no seu cume os filhos do segundo casamento de João Franklin da Silveira Távora com Esther Colares, parte que foi substituída pelos nomes dos parentes General Juarez Távora. Esse arranjo coloca Antônio Fernandes Távora avô do General Juarez Távora entre os filhos do Coronel João Franklin da Silveira Távora o que não é verdade nem seria cronologicamente possível.” Cf. Maria José Távora Cobra. Op. cit.
Antônio Carlos Teixeira Leite, genro do Coronel João Franklin da Silveira Távora, não cometeu tal engano. Quem realizou a fraude? A família Távora também, admite-se é isenta de culpa, alguém a fez vítima. Louvado seja o Coronel Salvador de Moya PAI da genealogia moderna brasileira, democrática e honesta. Lutamos para que assim permaneça sem plágio, sem pirataria. Ver Enigmas da Genealogia Nordestina. https://www.familiascearenses.com.br/index.php/2-uncategorised/145-enigmas-da-genealogia-nordestina
No Ceará outros Távoras reivindicaram o mesmo parentesco com o Marquês de Távora. Por exemplo:
Laura Maria de Távora, Laura Maria de Jesus Leitão f. de Cosme de Sá Leitão e de Laura de Melo Leitão, e c.c. Cosme Leitão Arnoso “cujos progenitores foram, se diz, vitimas do despotismo brutal do Marquês de Pombal.” É mais uma descendente do Marquês de Távora, perseguida no sertão cearense. Esta família, Sá Leitão / Távora, não levou a sério tal comentário, por ridículo e absurdo, os seus filhos e netos o esqueceram Cf. Barão de Studart. Diccionario Biobliographico. Ed. Typo-Lithographya. Fortaleza. 1910. 1° vol. p. 82.
Outros TÁVORAS no Ceará setecentista:
Sesmeiros:
Gonçalo Matos Távora, Tabelião Público do Judicial nesta Vila de São José do Ribamar, Capitania do Ceará Grande, 1730. Cf. Livro do Tombo do Mosteyro de Olinda, Imp. Oficial de Recife, 1948. Fl. 280/283v.
João de Amorim Távora, Sesmaria concedida a 20 de dezembro de 1737. Rio Curu - Vol. 13 Nº 98. Com o Padre José Moreira de Souza.
José Carlos da Cunha e Távora. Sesmaria concedida a 11 de julho de 1735 - São Gonçalo da Serra dos Cocos, Ibiapaba. Vol. 12 Nº 140.àLeão de Amorim Távora. Sesmaria concedida a 02 de janeiro de 1737, Rio Curu. Vol. 13 Nº 06. Ver neste trabalho: Almeida Braga, Almeida Castelo, Albanos, Teófilo de Oliveira, Abreu, Brígido dos Santos, Távora.
Manoel Peixoto da Silva e Manoel ROIZ de Souza. Sesmaria concedida a 17 de agosto de 1706. Rio Jaguaribe. Vol. 3 Nº 137. Sesmarias do Ceará.
Manoel Rodrigues de Souza, n. Boa Vista, Sé de Olinda, Pernambuco, filho de Pais incógnitos, c.c. Luzia Muniz de Olinda, n. 1731, na Freguesia de Russas, filha de Manoel Simoens Homem e de Isabel Ferreira de Coito. Moradores em 1731 no Sítio do Canto, e em 1750/51, moradores no Sítio da Pitombeira / Boqueirão de Baixo, Freguesia das Russas, Ceará.
Manoel Peixoto da Silva Távora. Sesmaria concedida a 07 de outubro de 1723. Rio Jaguaribe. Vol. 11 Nº 96. Decorridos dezessete anos da 1ª Sesmaria, usa Távora.
Ainda: Manoel Madeira de Matos, que se dizia – também - descendente do Marquês de Távora, n. Concelho de Arganil, Coimbra, filho de José Madeira, da Freguesia de Avô, Oliveira do Hospital, e de Águeda de Matos, n. Coimbra, Portugal. Casou-se a 16 de abril de 1738, na Capela de N. Senhora do Rosário, Riacho do Guimarães, Groaíras, com Francisca de Albuquerque Melo, filha de Antônio de Albuquerque Melo e de Luzia de Albuquerque. Cf. Governo do Estado do Ceará. Datas de Sesmarias. Ed. Typ. Gadelha, Fortaleza, 1920/26. Cônego Francisco Sadoc de Araújo. Cronologia Sobralense, Ed. Cearense, Fortaleza, 1974. Vol. I. p. 115. FAAL. Siará Grande. Op. cit.
No Rio Grande do Norte e Paraíba, encontrou-se o Conde de Alvor, Francisco de Távora, a requerer Sesmarias.
Para o esclarecimento absoluto do assunto, ver Revista Genealógica Brasileira, Ano I, 1° Semestre de 1940, N° 1 - Dom Bernardo José de Lorena e Silveira, por Francisco de Assis Carvalho Franco p. 9 / 20 e Revista Genealógica Brasileira, Ano I, 2° Semestre de 1940, N° 2 – Dom Bernardo José Maria de Lorena, por Maria Luíza Franco da Rocha, p. 265 / 276.
A família do Marquês de Távora, após os trágicos acontecimentos, iniciados a 03 de setembro de 1758, com a tentativa ou não de regicídio, na pessoa de D. José I, culminada com a condenação de 12 de janeiro de 1759, e com a horrorosa execução da sentença, 13 de Janeiro de 1759, perdeu bens, brasão e foi obrigada a usar o LORENA, o outro sobrenome da família.
Morrendo o Rei D. José I, em 24 de fevereiro de 1777, D. Maria I subiu ao trono e os prisioneiros do Estado foram logo postos em liberdade. Portanto um interregno de apenas 18 anos. A vida continuou, o famigerado Marquês de Pombal no ano de 1776, pasmem, casou um seu filho, José Francisco Xavier Maria de Carvalho Melo e Daun, 3º Marquês de Pombal n. 1753, com Francisca de Paula do Pópulo de Lorena, filha Nuno Gaspar de Távora e de D. Maria Inácia da Silveira, neta paterna de Bernardo Felipe de Távora e de Joana de Lorena de Cadaval.
A família Távora, como se escreveu, foi proibida de usar esse sobrenome e passou a usar LORENA, levando vida normal até os dias atuais. Portanto na Ribeira do Jaguaribe, se verdadeira fosse a fantasia, deveria existir na numerosa família, Nascimento Fernandes, algum LORENA legítimo sucessor dos verdadeiros Távoras, como aliás existem em São Paulo.
Ver Habilitação do Santo Ofício, do Padre Joaquim de Távora Souto Maior, filho de Nuno de Haro Távora Leitão Souto Maior e de D. Eugênia Maria Leitão de Carvalho.
Manoel Peixoto da Silva Távora chegou ao Ceará na primeira década do século XVIII, e muito significativo, nos livros eclesiais, todos os registros são: Manoel Peixoto da Silva, sem o Távora, de origem toponímica. Usou Távora nos documentos públicos, não em todos, pois aparece ora como Manoel Peixoto da Silva 1706, e Manoel Peixoto da Silva Távora, 1723. Das suas quatro filhas, somente Isabel da Silva, usa o Távora. As demais, Teresa de Jesus Maria, Maria Francisca Peixota e Ana Maria Peixotta, não usaram o Távora. E isso nos idos de 1725 / 1730, muito antes dos acontecimentos de 1759. Premonição?
Outro registro importante: João Carlos Augusto de Oyenhausen - Gravenburg, 1º Marquês de Aracati, nasceu a 12 de outubro de 1776, em Lisboa e faleceu a 28 de março de 1838, filho de Carlos de Oeynhausene Gravenburg, germânico, casou-se com Leonor de Almeida Portugal. Ou mais preciso: João Carlos Augusto, filho de mãe ainda desconhecida e enteado de D. Leonor, com quem conviveu e recebeu refinada educação. Neto paterno de Frederica Guilhermina de Lorena e de Frederico Ulrico, Conde de Oyenhausen. Não foi procurado e nem procurou os "parentes" Távora da Senhora sua madrasta.
Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre notável poetisa. n. em Lisboa a 31 de Outubro de 1750, faleceu em Benfica, a 11 de Outubro de 1839. Era filha primogênita do 2.º Marquês de Alorna e 4.º Conde de Assumar, D. João de Almeida Portugal, e de sua mulher, D. Leonor de Lorena e Távora. Irmã do 3.º Marquês de Alorna e 5.º Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida de Portugal, e de D. Maria de Almeida, que se casou com D. Luís António da Câmara, 6.º Conde da Ribeira Grande. Tendo o seu pai sido preso, acusado de participar no atentado ao Rei D. José. Leonor, de oito anos, entrou com sua irmã para o convento de Chelas, vindo somente a sair após a morte do Marquês de Pombal.
Enamorou-se então do fidalgo alemão, o Conde Carlos Augusto de Oeynhausen, que viera a Portugal com seu primo, o Conde de Schaumbourg - Lippe, contratado em 1762 pelo Marquês de Pombal para organizar e comandar o exército português. O Conde de Oeynhausen, para desposar D. Leonor de Almeida, não duvidou converter-se à religião Católica. O casamento realizou-se em 15 de fevereiro de 1779, sendo madrinha a Rainha D. Maria I, e padrinho o Rei seu marido, D. Pedro III. Casou com o Conde de Oeynhausen e viajou por Viena, Berlim e Londres. Enviuvou aos 43 anos de idade, vivendo com algumas dificuldades econômicas, dificuldades estas que não a impediram de se dedicar à literatura.
O Marquês de Aracati foi Governador do Ceará, (1803 / 1807), de Mato Grosso e de São Paulo. Participou do processo de independência e no movimento de restauração do trono português. João Carlos Oeyhausen, enteado da Marquesa de Alorna (Alcipe), recebeu uma esmerada educação baseada no pensamento iluminista. Atuou em Portugal onde teve oportunidade de aprender o exercício da função pública, num momento conturbado que é o período que compreende o final do século XVIII até 1836. Extremamente culto, foi atento observador do impacto das ações de Napoleão em Portugal e o nascimento da monarquia constitucional portuguesa. D. Leonor de Almeida, madrasta de João Carlos Augusto Oeyhausen, fez com que este fosse íntimo dos Távoras = Lorenas, remanescentes, conhecedor dos liames familiares.
Por qual razão ele não procurou a sua parentela no período de 13 de novembro de 1803 / 14 de fevereiro de 1807 quando foi Governador do Ceará? Ou a sua numerosa parentela da Ribeira do Jaguaribe, não o procurou?
A resposta é simples. O Távora de várias famílias cearenses, aqui chegadas no início do século XVIII, é de origem toponímica, como o é Cartaxo, do Concelho do Cartaxo, Viana, do Concelho de Viana do Castelo, a tradicional família Feitosa, da Freguesia de Feitosa. Sobreira, Lima, Passos, Basto, Leiria, Guimarães, para citar algumas, todas de origem toponímica, pois acontecia de um Joaquim Antônio do Couto, natural do Concelho do Cartaxo, por nostalgia, filigrana ou necessidade de diferenciar, acrescentar ao sobrenome dos filhos o topônimo, orônimo, limnônimo ou hidrônimo natal. Ver Maria José Távora Cobra, Contribuição à Genealogia e História dos Távoras no Brasil. Ed. Athalaia, Brasília, 2009. 159 p.