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 Famílias Cearenses & Francisco Augusto de Araújo Lima.  

 

Revista do Instituto do Ceará. Histórico, Geográfico e Antropológico.

Tomo CXXXIII. Ano CXXXIII. Volume 133.  2019. Lançada 04.03.2020, às 19 horas na sede do Instituto do Ceará, Rua Barão do Rio Branco,1594, Fortaleza.

Por Francisco Augusto de Araújo Lima. Ceará, 2019. Separata da RIC. Páginas 107/152. genealogia @familiascearenses.com.br

 

 

   O Coronel Salvador de Moya Ruso Varéa y Reys militar, historiador é considerado o mentor da genealogia moderna brasileira. Nasceu a 02 de fevereiro de 1891 e faleceu a 11 de julho de 1973, em São Paulo. Filho de José Narciso de Moyá Varéa e de Maria do Rosário Ruffo Rosado.

                                         Salvador de Moyá. Fonte Foto: www.google.com.br.

 

“No ano de 1930, (o Coronel Salvador de Moya) reuniu-se a alguns apreciadores da genealogia e com eles, fundou uma entidade pioneira no Brasil, para o estudo e o desenvolvimento da genealogia em todo o país. A entidade tinha sede na Praça da Sé, nº 50, Salas 53, 61e 62, em São Paulo, dedicada à genealogia, nobiliarquia e heráldica. A entidade passou logo a desenvolver-se chegando a publicar uma Revista mensal. Em 15 de dezembro de 1939, reuniu-se a pouco mais de uma dezena de companheiros e com eles fundou o ‘Instituto Genealógico Brasileiro de São Paulo’, cujos estatutos estendiam o estudo da genealogia as classes populares e a todo o país, sem destaque de categorias sociais, heráldicas ou nobiliárquicas.”  Cf. Consuelo Maria Freire Guimarães. João Gabriel Sant’Ana,  Repertório Biográfico e Genealógico Paulista, São Paulo, 1987. p. 352/354. Revista Genealógica Latina. Vol. XI – Ano 1959. p. 144,146,227,228.

   No movimento liderado por Moya o Ceará foi representado por Dom Antônio de Almeida Lustosa e pelo Dr. Raimundo Girão. A Paraíba por Sebastião de Azevedo Basto. O Rio Grande do Norte por José Augusto Bezerra de Medeiros e Jerônimo Rosado Maia, entre importantes vultos do Nordeste brasileiro. Cf. Siará Grande. Vol. III. p. 1023, op. cit.

   A genealogia como ciência é regida entre outros pelos Anais dos Congressos Internacionais ocorridos em vários países. Nos Anais aprende-se que em primeiro lugar se deve agradecer aos pesquisadores pioneiros, cujas informações são peças preciosas para a elucidação de fatos ocorridos á séculos passados. Com a evolução da tecnologia, e a disponibilização de documentos, alguns enganos desses antigos pesquisadores têm de ser corrigidos, de forma cordial, sempre citando a fonte e reconhecendo o valor do pioneirismo. Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, no seu notável manuscrito Nobiliarquia Pernambucana, escrito nos primeiros quinze anos em Pernambuco, e nos últimos quinze anos no Ceará, onde era Capitão Mor, é um excelente trabalho que permite o estudo de pernambucanos, cearenses, paraibanos, potiguares e alagoanos. Enganos existem e quem consegue contribuir com a sua obra deve se sentir honrado. A.J.V. Borges da Fonseca, Nobiliarchia Pernambucana, Biblioteca Nacional, RJ, 1935. Vol. I 502 p. Vol. II. 488 p.    

   No Ceará destaque para José Pedro Soares Bulcão o mais técnico dos antigos estudiosos da nossa genealogia. Cf. Soares Bulcão. RIC, 1931, p.157. Cf. José Pedro Soares Bulcão. Anastácio Braga. Notas Genealógicas. Typ. Minerva. Ceará - Fortaleza, 1928. O Dr. Guilherme Studart, com várias publicações, merecendo ser citado o Diccionario Bibliographico. Typo-Litrographia. Fortaleza, Vol. I. 1910, Vol. II. 1913, Vol. III. 1915. O Padre Antônio Gomes de Araújo pioneiro no Cariri cearense. Cf. A Cidade de Frei Carlos. IU. UFC. Fortaleza, 1971. Cf. Padre Antônio Gomes de Araújo. Povoamento do Cariri. IU. UFC. Fortaleza. 1973. Os Furtados Leite. Itaytera. 1857. O Monsenhor Raimundo Augusto dedicado ao estudo do famílias de Mauriti.  Joaryvar Macedo dotado de excelente leitura paliográfica, deixou trabalhos de inestimável valor para a genealogia do Cariri. O Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo, mestre da Ribeira do Acaraú, o Médico Vinicius de Barros Leal, entre muitos pesquisadores. Cf. Joaquim Lobo de Macedo o mesmo Joaryvar Macedo. Os Augustos, UFC, I.U. Fortaleza. 1971.  Origens da Cidade de Aurora. Revista Itaytera, 1975, Nº 19, p. 147. Notícias Históricas de Aurora, RIC, Fortaleza, 1983. A Estirpe de Santa Teresa, IU, UFC, Fortaleza, 1976. São Vicente das Lavras, IOCE, Fortaleza, 1984. Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense. IOCE. Fortaleza. 1985. Temas Históricos Regionais, IOCE, Fortaleza, 1986.  Cf. Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo, Cronologia Sobralense. Ed. Gráfica Editorial. Fortaleza. 1974. Vol. I – Vol. V Editora I.U. - UVA, Sobral, 1990. Cf. Vinícius Barros Leal. A Colonização Portuguesa no Ceará. UFC. Fortaleza. 1993.

 

   O antigo jornalismo chamava uma notícia falsa de ‘barriga’, mais ou menos correspondente ao atual “fake news”. Na genealogia aconteceram ‘barrigas’ e mistérios notáveis. Corrigir demandou tempo, anos, décadas de pesquisas e alguns ainda não acreditam - como sites na internet e outros. A resistência as mudanças é forte. Exemplos de enigmas da genealogia nordestina estão aqui reunidos a seguir.

Alencar x Alenquer. Viana do Castelo, Cabrobó, Exu, Pernambuco, Cariri cearense.

No ano de 1992 divulguei em forma de ‘folha-solta’ artigo questionando a origem do sobrenome Alencar, que nada tem com ALENCASTRO e sim com Alenquer, aportuguesamento de “coração de Alan”, Alan-coeur em francês. O padrinho de batismo de Dona Bárbara Pereira Alenquer, era Alenquer e não Alencar. A folha de rosto do livro de inventários de Cabrobó contem quinze Alenquer. Como aconteceu a mudança de Alancoeur, Alenquer para Alencar difícil de explicar. Enfim a família de sangue é REGO por adoção é Alenquer, Alencar. Cf. Yony Sampaio, Folha de Rosto, Livro de Inventários, Cabrobó, PE. Pesquisa Inédita. Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

  Ricardo Alenquer natural da França. Ricardo de Alenquer. Habilitação. Capitão. 08.08.1670. O requerente é de nacionalidade francesa. Filho de João de Alenquer. Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra R, mç. 1, doc. 33. PT/TT/MCO/A-C/002-018/0001/00033.

 Ricardo Alenquer. 20.05.1670. Alvará. Promessa de um ofício. Filiação: João de Alenquer. Registo Geral de Mercês, Mercês de D. Afonso VI, liv.10, f.324v. PT/TT/RGM/A/001/329889. Informação não tratada arquivisticamente.

   Martinho Francisco do Rego viveu com Domingas Álvares Montanha, moça solteira, natural da Freguesia do Divino Salvador de Portela Susã, pais de quatro filhos.

   Martinho casou-se primeiro a 10 de fevereiro de 1669, com Maria de São Rafael, filha de Antônio Dias e de Domingas Rodrigues, já defuntos, moradores nesta Vila de São Martinho de Freixieieros.

   Termo do 2º casamento de Martinho Francisco do Rego. “Aos vinte e três dias do mês de setembro do ano de 1682 anos se receberam em face da Igreja em minha presença (Padre Mateus Lobo de Mesquita Abade da Igreja de São Martinho de Frexeiro de Soutelo) dadas as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino Martinho Francisco do Rego, viúvo de Maria de São Rafael com Dorotéia de Alenquer, filha de Ricardo de Alenquer e de Isabel Pereira, da Vila de Viana (do Castelo), estando por testemunhas presentes o Padre Tomé da Torre, o Padre João do Rego, Antônio Leitão todos desta Freguesia (de Frexeiro de Soutelo) e para constar fiz este assento dia era ut supra. O Abade Mateus Lobo de Mesquita.” A nubente com 18 anos de idade.

Termo de batismo de Dorotéia. “Aos vinte e oito de janeiro de 1664, de minha licença batizou o Reverendo Eugênio Reimondo, a Dorothea, filha do Capitão Jorge de Lima e de Maria da Costa, solteira, (moradora) na Rua do Cais. Padrinhos, Miguel de Pascoal, Tenente de Campo, e Ricardo de Alamquerz, nasceu ao primeiro de novembro de 1663, e por verdade fiz este termo e o assino, dia mês e ano ut supra  O Cônego Cura Lima.” Cf. Livro de Batismos, Colegiada de Santa Maria Maior. 1663/1689. Etombo. Imagem 06. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, de Santa Maria Maior. familysearch.org. Cf. Livro de Batismos, Santa Cristina de Meadela. familysearch.org. Cf. Livro de Batismos, Santa Maria Maior. Cf. Livro de Batismos, Monserrate, Viana. 

   Leonel: Dalício, à margem o prenome da criança sugere Dalinael ou Jalinael, LEONEL batizado a 05 de novembro de 1693, na Igreja de São Martinho de Frexeiro de Soutelo, pelo Padre Mateus Lobo de Mesquita. Padrinho, o Abade de Riba de Âncora, Dalício de Alo.?., Abreu tantum.

  Leonel de Alenquer Rego (Alemquer), natural da Freguesia São Martinho de Frexeiro, Freixieiro de Soutelo, Freixeiro de Soutelo, Freixiero de Soutelo, Vila de Viana, Viana do Castelo, filho de Martinho Francisco do Rego e de sua terceira mulher Dorotéia de Alenquer. Neto paterno de Francisco Afonso de Cardadouro e de Margarida Brites, Bicites. Neto materno por adoção de Ricardo de Alenquer e de Isabel Pereira. Observar que a grafia Frexeiro em Portugal, obedecia diferentes formas.

   Termo de casamento do Capitão Jorge de Lima, avô materno biológico do português Leonel de Alencar Rego. Esclarecendo que Ricardo de Alenquer, francês, foi o avô materno adotivo de Leonel de Alencar Rego.
  O Capitão Jorge de Lima, natural da Ilha grega de Creta, Reino de Candia, Colônia Ultramarina de Veneza, Itália, quando solteiro teve um relacionamento com Maria da Costa, solteira, resultando no nascimento de Dorotéia de Alenquer /Alencar, que foi batizada a 28 de janeiro de 1664, na Igreja Colegiada de Santa Maria Maior. O Capitão Jorge de Lima, filho de Jerônimo de Lima e Adriana Mudões, Mudães, contraiu matrimônio aos 03 de dezembro de 1676, na Paróquia de Santa Maria Maior, Viana do Castelo, com Ângela Fidalga de Aguillar, filha de Luiz Dias de Aguillar e de Maria Fidalga. Cf. Livro de Matrimônios, Viana do Castelo, familysearch.org.

Inquirição de Genere – 1692 - Padre João do Rego, (irmão de Martinho Francisco do Rego) e filho de Francisco Afonso de Cardadouro, Órfão, e de Margarida Brites, Bicites, Bieites. Neto pela paterna de Afonso João e de Isabel Afonso de Cardadouro. Neto materno de Agostinho Bieites e de Isabel Ennes.

   O marido de Dona Bárbara Pereira Alenquer foi José Gonçalves dos Santos por antonomásia Surubim, Surubim - Pintado, nasceu no mês de abril do ano de 1730, no lugar de Fontão Longo, Freguesia de Santa Marinha de Tropeço, Arouca, Aveiro, área metropolitana do Porto, filho de João Gonçalves e de sua primeira mulher Maria Manoel, do lugar de Fontão Longo, Freguesia, Santa Marinha de Tropeço e não como foi por engano divulgado. Neto paterno de Antônio Gonçalves e de Maria Gonçalves, naturais do lugar de São Mamede, Freguesia de Santa Eulália de Arouca, Vale do Arouca, Aveiro. Neto materno de Antônio Manoel, do lugar da Ferraria, Freguesia de Fajões, Oliveira de Azeméis, Aveiro, e de Serafina, solteira, do lugar de Vilarinho, Freguesia de Macieira de Cambra, Vale do Cambra, Aveiro, área metropolitana do Porto. Cf. Colaboração da pesquisadora alagoana Maria das Graças Feitosa Alves, 2017/2019. Cf. Fco. Augusto. Siará Grande. Op. cit. Vol. III p. 1439 e 1574/1582. Cf. Carlos Studart Filho, Biografias Que Se Impõem. RIC, 1972, p.77. 

  Alexandre Leite de Oliveira, por engano, citado como Padre Jesuíta e nascido no ano de 1745, na não existente Paróquia de São Raimundo, cidade de Lisboa. Quem nasceu em 1745, a 06 de julho, na Freguesia de Raimonda, foi o seu irmão Henrique. Citado ainda como pai do Padre Antônio Leite de Oliveira, Aurora, Ceará, com descendência. Na verdade o Padre Antônio Leite de Oliveira é filho de  Úrsula Leite de Oliveira e de Venceslau da Costa Moreira, batizado a 20 de outubro de 1739, na Igreja Matriz das Russas, por padrinho, Manoel Simoens Homem Júnior. Neto paterno do Tenente Plácido Pereira de Freitas, n. na Freguesia da Sé de Olinda, e de Maria Manoela de Souza, n. na Vila do Recife, Pernambuco. Neto materno de Antônio Leite de Oliveira, natural do Rio Grande do Norte, casado a 30 de janeiro de 1740, na Capela de Uruaú, Beberibe, com Plácida de Souza Marinho, n. Russas, filha de Izidoro de Souza Marinho e de Maria Calado. Cf. Joaryvar Macedo. Origens da Cidade de Aurora. Revista Itaytera, 1975, Nº 19, p. 147. Notícias Históricas de Aurora, RIC, Fortaleza, 1983. p. 93/111. São Vicente das Lavras, IOCE, Fortaleza, 1984. p. 34. Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense. IOCE. Fortaleza. 1985. p. 70. Temas Históricos Regionais, IOCE, Fortaleza, 1986, p. 184. Cf. Padre Antônio Gomes de Araújo. Povoamento do Cariri. IU. UFC. Fortaleza. 1973. p. 99,100,105.Cf. Hugo Victor Guimarães e Silva. Deputados Provinciais e Estaduais do Ceará, 1835 - 1947. Ed. Jurídica. Fortaleza. 1952. p. 431.

Alexandre Leite de Oliveira nasceu aos dez dias do mês de setembro de 1747, no lugar Rezende, Freguesia de São Pedro de Raimonda, Concelho de Paços de Ferreira, Distrito do Porto, nono filho de Francisco Leite de Oliveira e de Senhorinha da  Costa Couceiro, naturais da Freguesia de Raimonda. Neto paterno de Manoel Vaz de Oliveira, Manoel da Silva Vaz, n. Raimonda, lavrador, e de Catarina Leite Oliveira, n. no lugar de Eiriz, São Miguel de Serzedo, Guimarães, Braga. Neto materno de Manoel Couceiro e de Maria da Costa e Cruz, lavradores, naturais do lugar Cachopadre, Freguesia de São Salvador de Freamunde, Paços de Ferreira, Porto.

      

                   

                                  Termo de batismo de Alexandre Leite de Oliveira. Fonte, Siára Grande. Op. cit.

 

   Termo de batismo de Alexandre Leite de Oliveira. Alexandre, filho de Francisco Leite de Oliveira e de sua mulher Senhorinha da Costa, do lugar Rezende, Freguesia de São Pedro de Raimonda; nasceu aos dez dias do mês de setembro de 1747: eu Padre Manoel Dias Neto, Coadjutor da mesma Freguesia o batizei solenemente e pus os Santos Óleos, a quatorze do sobredito mês e ano: foram padrinhos, João Martins Coelho, filho de Manoel Martins Coelho, do lugar Rezende, desta mesma Freguesia. e Brites do Espírito Santo, filha do Capitão Antônio da Costa Cruz, do lugar de Bande, Freguesia de (São Tiago) de Carvalhosa, (Paços de Ferreira, Porto): testemunhas, o mesmo padrinho (João Martins Coelho) e o Capitão Antônio da Costa Cruz, que comigo assinaram era ut supra. O Padre Manoel Dias Neto.”

Francisco Leite de Oliveira nasceu aos 16 de novembro de 1731, no lugar Rezende, Freguesia de São Pedro de Raimonda, Concelho de Paços de Ferreira, Distrito do Porto, irmão germano de Alexandre, Familiar do Santo Ofício, 1761.

  Alexandre, a 18 de janeiro de 1805, solicita Inquirição de Génere, ao Provisor de Braga, Doutor, Desembargador Francisco José de Souza Lima, Vigário Geral no Espiritual, e Temporal, e Juiz das Justificações, na Corte e Arcebispado de Braga, e ao Senhor Arcebispo Primaz de Braga, Dom Caetano Brandão, onde: “diz ser morador nos Estados do Brasil e que para negócio de sua utilidade necessita mostrar autenticamente a sua ascendência e qualidade de seus progenitores, e como só pode fazer por inquirição de génere fazendo-lhe V. Exmo. Reverendíssimo a graça de lhe mandar tirar”.  Cf. Francisco Augusto. Siará Grande. Op. cit. Vol. I. p. 36/45.

 

  Canela Preta segundo o amigo pesquisador Dr. João Maia Nogueira, devido a um sinal na perna, que a genética teima em reproduzir geração após geração em alguns membros da família. Cf. João Maia Nogueira. Uma Fresta no Tempo. Ed. Gráfica Nacional. Fortaleza, 2007. 

   Alexandre Teixeira Mendes nasceu aos quatorze dias do mês de março de 1705, no lugar Vila Verde, Freguesia do Divino Salvador de Tuias, Marco de Canaveses, Porto, filho de Antônio Mendes, e de Maria Moreira Teixeira. Neto paterno de Jerônimo Mendes e de Maria Mendes. Neto materno de Manoel Moreira e de Isabel Teixeira.

 Alexandre veio de Tuias, Marco de Canaveses, Porto, Portugal para a Paraíba, (e não da Bahia como escreveram o Barão de Studart e João Brígido), na companhia do seu irmão o Sargento Mor Jacinto Teixeira Mendes, que residiu em João Pessoa, Paraíba, onde se casou a 25 de fevereiro de 1726, na Paraíba do Norte com Maria da Anunciação Macedo, filha do Capitão João André Dias, natural da Freguesia de Santa Marinha de Astromil, Concelho de Paredes, Porto, e de Ana de Macedo nasceu na cidade de Paraíba do Norte, João Pessoa. Cf. Barão de Studart, Diccionario Bibliographico. Typo Litrographia. Fortaleza. 1910. Vol. I. p. 403. Cf.  João Brígido. Ceará, Homens e Factos. Typ. Besnard Fréres. Rio de Janeiro. 1919. p. 246. Cf. Francisco Augusto. Siará Grande. Op. cit. Vol. I. p. 49/53. 

Baltazar Lopes Barreira nasceu aos vinte e quatro dias do mês de dezembro de 1699, no lugar Argemil, na extinta Freguesia de São Salvador de Nozedo, Nuzedo, Comarca de Chaves, atual Aldeia de Nozedo, Freguesia de São João da Corveira, Concelho de Valpaços, Distrito de Vila Real.

   Filho de Baltazar Rodrigues, Baltazar César Rodrigues e de Isabel Lopes Barreira, naturais da Freguesia de São Salvador de Nozedo, Nuzedo, e moradores no lugar Argemil, Freguesia de Nozedo, por erro de leitura, dizem naturais de Denureto, por o Padre da Freguesia do Aquiraz haver escrito a preposição de no maiúsculo, De, emendada a Nuzedo, Denuzedo, o Z lido por R, e o D por T, DeNuzedo por DenuReto. Neto paterno de Baltazar Rodrigues, n. Argemil, Nozedo, e de Maria Lopes, da Freguesia de São João da Corveira, Valpaços. Neto materno de João Lopes e de Ana Fernandes, do lugar de São Cipriano, Freguesia de Santa Ana de Sarapicos, Serapicos, Valpaços, Vila Real. Decifrar o enigma requereu anos de pesquisa, disciplina, persistência na busca da verdade.

Por engano, Baltazar Lopes Barreira é citado como filho de José Lopes de Andrade e de Ana  de Assis Barreira. Cf. Fco. Augusto. Siará Grande. Op. cit. Vol. I. p. 364/375.

   Bartolomeu Martins de Morais nasceu no ano de 1729, no Concelho e Distrito do Porto, filho de Dom Bartolomeu de Morais, e mãe solteira, ainda desconhecida.

   Dom Bartolomeu de Morais, n. 20 de agosto de 1680, na Freguesia de São Sebastião da Vila Pouca da Beira, Concelho de Oliveira do Hospital, Coimbra, e viveu com uma mulher - não informa da família Martins, - cidade do Porto, provável ser Isabel Martins. Neto paterno de Isabel de Morais nasceu a 02 de julho de 1654, e batizada a 10 seguinte, Vila Pouca da Beira, Oliveira do Hospital, e de Manuel Francisco, n. circa de 1660, e faleceu a 27 de fevereiro de 1705, em Vila Pouca da Beira. A ascendência remota de Manuel Francisco, (filho de Pedro Francisco e de Catarina Afonso) e Isabel de Morais, (filha de Antônio Borges e de Leonor Marques de Abranches) é conhecida até o ano de 1.260. Ver título Álvaro Dias de Souza, 15º avô via paterna de Bartolomeu Martins de Morais.

   Bartolomeu Martins de Morais dono da Data da Cana Brava, Canabravinha, Mauriti, Ceará, onde faleceu a 25 de maio de 1794, casado com Ana Maria Ferreira, natural de Salvador, Bahia. Deixou grande descendência no Cariri cearense.

   “Aos 25 de maio de 1794 faleceu Bartolomeu Martins de idade de 65 anos casado que era com Ana Maria Ferreira sem sacramentos por morrer apreçadamente envolto em habito branco sepultado na Matriz, (Missão Velha) encomendado pelo Reverendo Cura Andre da Sylva Brandam, de que mandou o Reverendo Cura fazer este assento e asignou Andre da Sylva Brandam. Cf. Livro de Óbitos. Missão Velha. familysearch. org. .

   Uma explicação equivocada sobre núcleos de brancos de olhos azuis no Ceará, admitida como sendo de origem holandesa é desfeita pela cronologia (1654 saída dos holandeses, 1712, início do repovoamento do Ceará), pelo calvinismo praticado pelos citados holandeses que eram obrigados a pedirem licença para casamento com as índias, via Recife e Holanda. Mas a pá - de - cal no assunto é o excelente trabalho de Raimundo Girão, Origem dos Ocupantes, A Marcha do Povoamento do Vale do Jaguaribe. Sem Editora. Fortaleza. 1986. p. 47.

   Quanto a Origem dos Ocupantes do litoral e semi - árido cearense merece comentar a dificuldade que havia em determinar de onde vieram os lusos. Hoje (2019) estudados mais de 2.200 portugueses, com segurança pode-se escrever sobre a origem deles. 21.89% saíram de Braga, para fazer o Siará Grande. 16.27% do Porto, de Lisboa, 14.96 %, dos Açores, 12.23 % e de Viana do Castelo, 8.08 %. Do Algarve, Faro, anotou-se mais de trinta pessoas, inclusive Manoel Rodrigues Alfama casado com Mariana da Silva, natural da Freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa, nascida a 06 de setembro de 1760, pais do genearca da família Girão no Ceará, o “alfacinha” - lisbonense Antônio José Girão, que nasceu aos treze dias do mês de junho do ano de 1789, no lugar Moinho Salgado. Fonte. Livros Eclesiais da Igreja Católica Apostólica Romana, Ceará 1700/1850. Pesquisa, Fco. Augusto. Cf. Siará Grande, op. cit. Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses 6 – Anotações Genealógicas, Ed. Artes Digitais, Fortaleza. 2006. p. 32/130.

   Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo nasceu aos quinze dias do mês de maio de 1817, no Sítio da Barroca, lugar de Quinhão, Freguesia de Santa Cristina de Tendais, Concelho de Cinfães, Distrito de Viseu, Província da Beira Alta, e faleceu a 22 de maio de 1876, no Aracati, Ceará. Filho de Ana da Silva, solteira. Neto materno de Manoel da Silva e de sua mulher Rosa Maria. Neto paterno de avôs incógnitos.    

   Termo de batismo de Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo. “Em vinte de maio de 1817, batizou solenemente nesta Igreja (de Santa Cristina de Bolsena, Tendais), de minha licença, (Francisco Rodrigues da Rocha), o Reverendo Manoel da Silva Lima, Vigário da Freguesia Bustelo da Lagoa, (Cinfães), deste mesmo Bispado, e pôs os Santos Óleos, a Camilo, que nasceu a quinze do sobredito mês e ano; filho natural de Ana, solteira, e esta filha de Manoel da Silva e de sua mulher Rosa Maria, do Sítio da Barroca, lugar de Quinhão, (Tendais, Cinfães, Viseu). Foram Padrinhos, Manoel Pinto de Rezende e sua filha Joaquina, do lugar Cabo de Quinhão: testemunhas as abaixo assinadas Antônio de Sá e Manoel Francisco; O que para constar fiz este assento era ut supra. O Encomendado Francisco Rodrigues da Rocha.”

   Termo de casamento dos avós maternos de Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo. “Em vinte e sete de maio de 1786 anos na Igreja desta Freguesia depois de corridos os banhos na forma do Concílio Tridentino, Pastorais e Constituição deste Bispado, e de obtida licença do Ordinário do m.mº (mesmo Bispado) que fica registada a Câmera Eclesiástica a fl. 8, na minha presença e do Padre José de Resende e Manoel Luís, ambos deste lugar de Quinhão, abaixo assinados, e de outras mais testemunhas, receberam o sacramento do matrimônio com palavras de presente e absolutas, e as bênçãos, Manoel da Silva, filho legítimo de outro Manoel da Silva e de Maria Rodrigues, da Barroca, com Rosa Maria, filha legítima de Manoel Luís e de sua primeira mulher Maria Rodrigues, ele natural de Mourelos, e ela natural de Marcelim, assistentes na Picota, deste lugar de Quinhão donde os contraentes são naturais, todos desta Freguesia; e para constar fiz este assento. O Abade Antônio José Rebº.”

  Camilo, para o Barão de Studart e o Monsenhor Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo, é filho de Francisco Rodrigues da Rocha, n. na Freguesia de Ferreiros de Tendais, Cinfães, e de D. Ana da Silva, solteira. Neto materno de Manoel da Silva e de Rosa Maria, Rosa da Silva.

   Fica a dúvida se o Padre Francisco Rodrigues da Rocha, Encomendado da Igreja de Santa Cristina de Bolsena, Tendais, que assina o termo de batismo, era seu pai ou por seu nome constar no batistério provocou o engano comum de acontecer.

  O fato de não ter administrado o sacramento do batismo dando licença ao Vigário da Freguesia de Bustelo, Cinfães, Padre Manoel da Silva Lima para fazê-lo, é estranho, pois todos os batizados realizados próximo a 20 de maio de 1817, antes e depois, foram realizados pelo Padre Francisco Rodrigues da Rocha, somados as informações citadas do Barão de Studart e do Monsenhor Bruno, ‘indica’ ser o pai de Camilo.

   Admite-se a incógnita da paternidade por falta de documentação, e inferir não resulta em conclusão efetiva. No presente trabalho (Siará Grande) existem casos semelhantes, em que o Padre que assina o termo de batismo é nomeado como pai, fórmula encontrada para esconder a verdade de “pai incerto”, “pai não sabido”, “pai incógnito”.

   Francisco Rodrigues da Rocha era irmão do médico Luís da Rocha Figueiredo, (citado por equívoco como Luís Rodrigues da Rocha), avô do ilustre viajante Alexandre de Serpa Pinto, autor da obra intitulada “Como  atravessei a África, do Atlântico ao Mar Índico. Viagem de Benguela à Contra - Costa, através de regiões desconhecidas”. Determinações geográficas e estudos etnográficos, possui 16 mapas e 183 gravuras feitas pelo autor, com 18 capítulos, divididos em dois volumes. Foi publicada em Londres, em 1881. 917 p. O trabalho foi importante para Portugal poder unir e manter as Províncias de Angola e Moçambique, face às reclamações da França, Alemanha e Inglaterra. Cf. luso.livros.net.

   Termo de Fiança de Banhos de Camilo Rodrigues da Silva (Figueiredo) morador desta Freguesia de N. Senhora do Rosário do Aracati, cujos Banhos de sua naturalidade devem ser apresentados dentro de um ano. – Aos 28 de fevereiro de 1851, nesta cidade do Aracati, Freguesia de N. Senhora do Rosário, Província do Ceará Grande, em casa de residência do Reverendo Vigário da Vara José Antunes de Oliveira me foi ‘aperguntado’ pelo mesmo a ordem seguinte = Antônio Pinto de Mendo, etc. etc. Vigário Colado da Freguesia de Quixeramobim..  Cf. Aracati CD3 - 18 Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze – Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Vol. I p. 503. Cf. Monsenhor Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo. Jornal A Região, Aracati, 30.11.1925. Ano II, nº 63. Cf. Barão de Studart, Diccionario Bibliographico. Typo Litrographia. Fortaleza. 1910. Vol. I. p. 181.

Cândido Montenegro da Silva Figueiredo nasceu a 24 de abril de 1915, na Paróquia de Mossoró, RN, filho de Camilo Porto da Silva Figueiredo e de Alcina Montenegro Figueiredo. Casou-se aos 08 de setembro de 1942, Fortaleza, com Iracema Linhares Pimenta nasceu aos 10 de julho de 1915, Manaus, Amazonas, filha de Tomás Fernandes Pimenta e de Joana Linhares Pimenta. Cândido neto paterno de Antônio Rodrigues da Silva Figueiredo e de Filomena Porto, portanto bisneto paterno de Camilo Rodrigues da Silva Figueiredo e de sua mulher D. Francisca Cândida da Silva. Cf. Livro de Matrimônios, Ceará, familysearch.org.

Domingos Paes Botão nasceu no ano de 1671, no lugar do Passo, Freguesia de São Mateus de Botão, Concelho de Coimbra, filho de Antônio Francisco, o Novo, e de Ana Fernandes.

Termo de batismo de Domingos Paes Botão. “Aos vinte e nove de junho da era de 1671, batizei Domingos, filho de Antônio Francisco, o Novo, e de sua mulher (Ana Fernandes), moradores no lugar do Passo; foram padrinhos, Manoel Vicente e sua filha Maria, do lugar da Larçam, desta Freguesia, de que fiz este assento que assinei. O Padre Vigário Manoel Diniz Brandão.”

       Irmão anotado de Domingos Paes Botão.

  1. João foi batizado a 13 de agosto de 1665, padrinhos Manoel De Niz, Diniz, o Novo, e Maria Fernandes, viúva, do lugar do Passo. O Padre João de Souza, o batizou. João consta o nome de seus pais, Antônio Francisco e Ana Fernandes.

  Diógenes Paes Botão, Manoel Diógenes Paes Botão, batizado a 20 de abril de 1698, na Capela de Gonçalo do Potengi, Rio Grande do Norte, por padrinhos, o Capitão João da Fonseca e Bernarda da Fonseca, filha da viúva Isabel Ferreira. Obs. Existe dúvida quanto a Diógenes ser o mesmo Manoel Diógenes ou se foi pai do Manoel, o que a cronologia justifica.

 Deógenes, Diógenes faleceu a 25 de maio de 1769, viúvo, com todos os sacramentos, de idade 80 anos, (idade real 71 anos), e foi sepultado na Capela de Jaguaribe Merim, encomendado pelo Padre João Martins de Melo. Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses 7 – IPUEIRAS dos TARGINOS. Ed. Artes Digitais. Fortaleza. 2006. 430 p.

Dantas Ceará e PB x Dantas RN.

   Os Dantas cearenses e da Paraíba. Bartolomeu Pereira Dantas, Bartolomeu Dantas Pereira, nasceu no mês de agosto do ano de 1681, na Freguesia de São Pedro de Rubiães, Paredes de Coura, Viana do Castelo. Como consta no seu óbito. Filho de Domingos Pereira e de sua mulher Maria Fernandes Pereira, moradores em São Pedro de Rubiães, Paredes de Coura. O Dantas pioneiro no Cariri. Gostou e chamou o sobrinho.

   O segundo Dantas no Mauriti, Cariri. Veio da Fonte d’Olho para o Cariri a convite de seu tio paterno (como foi demonstrado e documentado) Bartolomeu Pereira Dantas. Antônio Pereira da Cunha (Dantas) nasceu aos quatro dias do mês de julho de 1720, no lugar da Fonte do Olho, Fonte d’Olho, Freguesia de São Martinho de Coura, Paredes de Coura, Viana do Castelo, quarto filho de Brás Pereira Dantas e de Ventura da Cunha, naturais de São Martinho. Neto paterno de Domingos Pereira (Dantas) e de Maria Pereira. Neto materno do Padre Domingos da Cunha e de incógnita, provável ser Rufina Fernandes, solteira.

   O terceiro, o quarto e o quinto Dantas no Mauriti, Cariri. De Antas, d’Antas, Dantas: Gonçalves Dantas, Gonçalves Rua, Dantas Rothéa. Cariri cearense e São João do Rio do Peixe, Paraíba. Os três irmãos vieram da Aldeia de Antas a convite do tio Antônio Pereira da Cunha (Dantas).

   João Dantas Rothéia, Rothea nasceu aos quatro dias do mês de fevereiro de 1725, (mesmo dia e mês que sua irmã Francisca Luíza, 1723,) no lugar da Rua, Aldeia de Antas, Freguesia de São Pedro de Rubiães, Paredes de Coura, Viana do Castelo, e morreu em São João do Rio do Peixe, Paraíba, em data que não se pôde apurar.  Filho de Manoel Gonçalves Rua e de Maria Gonçalves Dantas. Neto paterno de Lourenço Gonçalves e de Maria Lourença, da Freguesia de São Miguel de Sapardos, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo. Neto materno de Domingos Fernandes e de Mariana Gonçalves, da Freguesia de São Pedro de Rubiães. Ver seus irmãos Francisca, Brizida, Maria Josefa, Antônio Gonçalves Dantas e Manoel Gonçalves Dantas, e os termos de casamento dos seus pais e avós maternos. Cf. Memória Real e Afetiva de Mauriti. Página Famílias Cearenses, Fortaleza, 16.11.2019.

   Os Dantas do Rio Grande do Norte e de Patos, Paraíba, conforme trabalho apresentado por Francisco Augusto de Araújo Lima, no I° Encontro Nordestino de Genealogia, João Pessoa, Paraíba, Fevereiro de 2014, são do Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, e constitui uma família distinta dos Dantas, de Paredes de Coura, Viana do Castelo até aqui estudados.

José de Antas Correia, José Dantas Correia nasceu ano de 1652, na Rua Nova, Vila de Barcelos, Distrito de Braga. Por engano citado como nascido na Paraíba ou Minho, e ainda, a 14 de dezembro de 1652. Cf. Fco. Augusto. Siará Grande. Op cit.

 

Família Feitosa com certeza a que melhor cuidou da sua genealogia, via o notável Leonardo Feitosa, Dr. Carlos Feitosa, Padre Neri Feitosa e o Professor Aécio Feitosa. Significado: Feitosa, Feteira, conjunto de plantas da espécie de fetos, no Brasil, chamado vulgarmente de samambaia. Na Freguesia de Feitosa, Concelho de Pontes de Lima, Distrito de Viana do Castelo ainda não se encontrou a origem da família Feitosa. Sugestão para pesquisa: Freguesia de Santa Luzia das Feteiras, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Região Autônoma dos Açores. Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima, Famílias Cearenses 9, Inhamuns, Icó e Russas. Ed. Artes Digitais, Fortaleza, 2006. p. 196.

   Lenda da Maria da Frota. Por pura maldade circulou em tempos idos a notícia da existência de uma misteriosa Senhora Maria da Frota, fruto da inveja para denegrir a origem do sobrenome da importante família FROTA, de Leiria, Rio Grande do Norte, e Ribeira do Acaraú. Após anos de pesquisa a verdade documentada surge.

   Vitoriano Gomes da Frota, Venturiano Gomes da Frota nasceu no mês de maio de 1696, na Freguesia de N. Senhora da Ajuda da Vila de Peniche, Leiria, filho de Maria Gomes Frazão e de seu segundo marido Paulino Gomes da Frota. Neto paterno de Manoel da Frota e de Leonor Soares. Neto materno de João Frazão e de Maria Jorge.

   Termo de batismo de Venturiano Gomes da Frota. “Em os seis dias do mês de maio de 1696 anos em esta Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, batizei a Venturiano, filho de Paulino da Frota e de sua mulher Maria Gomes; foram padrinhos, o Padre Manoel Simões e Isabel Franco, filha de Francisco Martins, moradores em Peniche de Cima, de que fiz este assento Padre José Luís Pinto.” Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Zero – Soares e Araújos no Vale do Acaraú. 1ª Edição, Fortaleza. 1989. 2ª Edição. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2011. p. 104,208.

   Vitoriano Gomes da Frota casou-se a 08 de junho de 1733, na Capela de Santo Antônio do Potengi, Potygi, Rio Grande do Norte, com Maria Gomes de Sá, batizada a 13 de agosto de 1704, na Paroquial Igreja de N. Senhora da Apresentação, Natal, Rio Grande do Norte, filha do Capitão Francisco Gomes (da Câmara) e de Maria Gomes de Sá. Padrinhos, o Mestre de Campo Manoel Álvares de Morais Navarro e Catarina de Oliveira, mulher de Manoel Gonçalves Branco. Presentes a cerimônia religiosa de casamento, o Padre Manoel Correia Gomes, Vigário, as testemunhas, o Sargento Maior Gregório de Oliveira Melo, o Capitão Valentim Tavares de Melo, solteiros, filhos da viúva Catarina de Oliveira, Dona Simoa Gomes, mulher do Capitão José Francisco de Souza e Inácia Gomes Freire, mulher do Capitão Bonifácio da Rocha Vieira.

   Dona Maria Gomes de Sá faleceu a 25 de julho de 1797, sem sacramentos, com a idade de 120 anos, (idade real 93 anos), e foi sepultada na Igreja de Santo Antônio do Potengi, Potigi.

   Irmãos anotados de Maria Gomes de Sá.

- Rufina Gomes de Sá nasceu em Natal, Rio Grande do Norte. Casou-se com Dionízio Alves Linhares, n. Viana do Castelo, batizado aos dois dias do mês de julho de 1673, na Igreja Matriz de Santa Maria.

- Simoa de Sá casou-se a 09 de setembro de 1711, na Capela de Santo Antônio do Potengi, Rio Grande do Norte, com o Capitão do Terço dos Paulistas, Antônio Gago de Oliveira, natural de São Paulo. Testemunhas, o Capitão José Purrates Moraes Castro e sua mulher D. Margarida da Rocha, o Tenente Coronel Antônio Dias Pereira e sua mulher Maria Gomes.

- Joana de Sá, batizada a 26 de novembro de 1691, na Capela do Senhor São Gonçalo do Potengi.

- Anacleto, batizado a 14 de julho de 1694, na Capela do Senhor São Gonçalo do Potengi.

Padrinhos, José Barbosa Leal e D. Teodósia [filha do Capitão Teodósio da Rocha.

- Teodósio, batizado a 04 de setembro de 1698, na Capela do Senhor São Gonçalo do Potengi. Padrinho, o Padre Manoel de Jesus.

- Josefa, batizada a 22 de março de 1702, na Capela de Santo Antônio do Potengi. Padrinho, Manoel Tavares Guerreiro.

- Francisco, batizado a 17 de maio de 1709, na Capela de Santo Antônio do Potengi. Padrinhos, o Capitão Pedro Rodrigues de Araújo e Maria Gomes.

- Francisca Gomes de Sá, batizada a 12 de março de 1711, na Capela de Santo Antônio do Potengi. Padrinho, o Capitão Antônio Gago de Oliveira. Casou-se a 22 de fevereiro de 1740, com Miguel Rodrigues Lopes, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Ilha de São Miguel, Açores, filho de Miguel Lopes e de Tereza Rodrigues. Os pais da nubente já eram falecidos na ocasião do seu casamento.

Cf. Livro de Matrimônios, Sobral. 1769/1782. familysearch.org. 45. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora da Ajuda, Peniche. familysearch.org. Cf. Livro de Batismos, São Pedro, Peniche.  familysearch.org. 10. Cf. Padre José da Frota Gentil. OS FROTAS. Ed. Gráfica Barbero. RJ. 1967. 880 p. Cf. Livro RN DSC03185. Cf. Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo. Raízes Portuguesas do Vale do Acaraú. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2000. 2ª Ed. p. 122.

 

  Família Ferreira Lima, Iguatu, Crato.

   Irmãos Bento Ferreira Lima, Francisco, João Ferreira Lima e Mateus Ferreira Lima. Fonte: Francisco Augusto de Araújo Lima. Siará Grande – Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Editora Expressão Gráfica, Fortaleza, outubro de 2016. Trabalho lançado no Instituto do Ceara no dia nove de novembro do dito ano de 2016. Volume I, p. 426. Volume II, p. 773, 1125. Volume IV, p. 2079.  Cf. Mileno Torres Bandeira. A Genealogia das Famílias: Carcará, Ferreira Lima. João Pessoa. Secetur. 1985. 374 p.

   Francisco Ferreira Lima nasceu aos vinte e sete dias do mês de abril de 1724, no lugar das Vendas, Freguesia de São Salvador de Tebosa, Concelho e Distrito de Braga, filho de João Ferreira Lima, n. na Freguesia de São Salvador de Tebosa,  e de Josefa Gomes Moreira, n. na Freguesia de São Tiago de Mouquim, Vila Nova de Famalicão, Braga. Neto paterno de Antônio Simões e de Maria Ferreira. Neto materno de Manoel Moreira e de Catarina Gomes. Ver seus irmãos Bento Ferreira Lima, João Ferreira Lima e Mateus Ferreira Lima.

  Termo de batismo de Francisco Ferreira Lima. Francisco, filho de João Ferreira e de Josefa Gomes do lugar das Vendas, desta Freguesia do São Salvador de Tebosa, nasceu aos vinte e sete dias do mês de abril de 1724, foi batizado nesta Igreja do São Salvador de Tebosa, aos trinta dias do mesmo mês, por mim Padre Domingos Gonçalves de Castro, da Freguesia de Priscos, (Concelho de Braga,) de licença e comissão do Reverendo Vigário Manoel Ferreira da Mota, na forma do Ritual Romano; foram padrinhos, Francisco João Lages, e Maria, filha de Lourenço Correia e sua mulher, do lugar de Cadoi, todos desta Freguesia de São Salvador de Tebosa; foram testemunhas Manoel Pinto Barbosa, José Ferreira de Faria, desta Freguesia e muito mais gente da Freguesia, era ut supra e por ser verdade fiz este assento que assinei. Padre Domingos Gonçalves de Castro.”

 Termo de casamento dos pais de Francisco Ferreira Lima. “Aos cinco dias do mês de outubro de 1711 anos, eu Padre Antônio da Silva, Vigário nesta Igreja do Salvador de Tebosa, assisti na forma do Sagrado Concílio Tridentino, ao matrimônio entre João Ferreira, filho legítimo de Antônio Simões, já defunto, e de sua mulher Maria Ferreira, viúva, do lugar da Bicahinhas, desta Freguesia de Tebosa, com Josefa Gomes, filha legítima de Manoel Moreira e de sua mulher Catarina Gomes, defuntos, do lugar da Costa, Freguesia de São Tiago de Mouquim, Vila Nova de Famalicão, Braga; foram testemunhas Gaspar Pinto do Paço e Domingos Lopes, de Laminho, e Francisco João Lages, de Tebosa, e Antônio Pinto e seu filho Manoel, de Tebosa; Maria Jacome, de Tebosa, e Bento Ferreira, de Bicahinhas, e outras mais pessoas e para constar fiz este assento e assinei, Padre Antônio da Silva, Vigário.”

       Irmãos anotados de Francisco Ferreira Lima. 

  1. Bento nasceu a 07 de dezembro de 1711, no lugar de Tebosa, e foi batizado a 08 seguinte, na Igreja de São Salvador, pelo Vigário, Padre Antônio da Silva. Padrinhos, Bento Ferreira, do lugar da Bicahinhas, e Maria Jacome, mulher de Francisco João Lages, do lugar Tebosa. Bento, filho de João Ferreira e de Josefa Gomes, “fregueses desta Igreja,” nasceu dois meses após o casamento dos seus pais.
  2. Mateus Ferreira Lima nasceu a 20 de fevereiro de 1714, no lugar de Tebosa, e foi batizado a 24 seguinte, na Igreja de São Salvador, pelo Vigário, Padre Antônio da Silva. Padrinhos, Mateus Pinto de Araújo, do lugar do Paço, e Maria Ferreira Lima, mulher de Manoel Pinto Barbosa, do lugar da Bicahinhas. Mateus, filho de João Ferreira e de Josefa Gomes, “fregueses desta Igreja.”
  3. Manoel nasceu a 29 de janeiro de 1716, no lugar de Tebosa, e foi batizado a 30 seguinte, na Igreja de São Salvador, pelo Vigário, Padre Antônio da Silva. Padrinhos, Manoel Pinto Barbosa, da Pontinha, e Brízida Ferreira Cerqueira, mulher de Mateus Pinto de Araújo, do lugar do Paço. Manoel, filho de João Ferreira e de Josefa Gomes, “fregueses desta Igreja.”
  4. João Ferreira Lima nasceu a 20 de junho de 1717, no lugar de Tebosa, e foi batizado a 24 seguinte, na Igreja de São Salvador, pelo Vigário, Padre Antônio da Silva. Padrinhos, Manoel Rebelo da Costa, e Maria, filha de Manoel Martins. João, filho de João Ferreira e de Josefa Gomes, “fregueses desta Igreja.”

   O Capitão Francisco Ferreira Lima casou-se com Rosa Maria de São Félix, natural da Freguesia do Icó, filha de Bruno da Costa Rodrigues, n. Lisboa, e de sua segunda mulher Rosália de Souza Calado, n. na Freguesia de N. Senhora do Rosário das Russas. Pais de 1.-17.

    O Capitão Francisco Ferreira Lima arrematou a propriedade Sítio do Canto - Mucururé, do Capitão Mor Bento da Silva e Oliveira sequestrada pela Fazenda Real, a mando do Ministro João da Costa Carneiro e Sá. O auto de arrematação realizado na Vila do Icó, a 22 de junho de 1763, na forma que segue transcrita verbum ad verbum do documento original, cuja cópia o Autor possui. 

   "Auto de Arremataçam que mandou fazer o Dr. Provedor da Fazenda Real Joam da Costa Carneiro e Sá do sitio chamado Sam Joam com duas legoas de terra de comprido e huma de largo para cada banda do Riacho nas Sobras que se tirarão do Sitio do Poço da Pedra de que foi Arrematante o Capitam Francisco Ferreira Lima por preço e quantia 720$000 e valor 420$000 a vista e 300$000 da fatura desta a seis meses cujo Citio fora sequestrado pella Real Fazenda ao Casal do Deffunto o Capitam Bento da Silva e Oliveira no anno de nascimento de N. Snr. Jesus Christo 1763 aos 23 dias do mes de Julho do dito anno nesta Villa do Icó da Comarca do Ceará Grande na praça publica della onde se achava o Dr. Provedor da Real Fazenda Joam da Costa Carneiro de Sá e o Dr. Procurador da Coroa Felis Allexandre da Costa Tavares mandou o dito Ministro o Porteiro do Auditorio Joam Pinheiro a que apregoase o Sitio Sam Joam sequestrado pella mesma Real Fazenda ao Casal de Deffunto o Capitam Mor Bento da Silva e Oliveira para haver de Se arrematar pello q. devia a Real Fazenda com effeito entrou o dito Porteiro a passear pella dita praça de huma para outra parte dizendo em alta voz etc etc sequestro pella Real Fazenda ao Casal do Cap. Mor Bento da Silva e Oliveira com as sobras do Poço da Pedra e o dito com duas legoas de terra de comprido pello Riacho asima de largo para cada banda do mesmo Riacho seguem de assim Receberei seo lance e Repetindo huma e muitas vezes ao mesmo pregam se chegara a elle o Cap. Fco. Ferreira Lima e offerecera a quantia de 720$000 a saber 420$000 a vista e 300$000 da fatura desta a seis meses e logo lhe entregara o dito Porteiro a dizer 720$000 me dam pello Sitio de Sam Joam com duas legoas de terra de comprido e huma de largo p/ cada banda do Riacho e as Sobras que se tiraram etc etc se ha quem a mais chegase a mim q. Receberei do seo lamso e depois de Repetir este mesmo lamso muitas vezes e por não haver quem mais desse e se vem hora de Arrematar mandou o dito Ministro que afrontase e arrematase e logo o dito Porteiro outro ves disse 720$000 dam pello dito Sitio Sam Joam e sobras etc.etc. que mais não acho se mais achara mais tomara dou lhe huma dou lhe duas e huma mais pequena em sima etc. etc. não houve pessoa alguma que mais desse entregou hum lenço verde na mão do arrematante em signal a sua arrematação dizendo-lhe bom proveito lhe faça e de tudo mandou o dito Ministro fazer este Auto de Arremataçam na forma expedida em que asignou com o Procurador da Coroa e o dito Arrematante e o Porteiro o qual asignou de huma crus por não saber ler sendo testemunhas presentes o Tenente Coronel Joam Baptista da Costa Coelho e o Meeirinho Geral Joam dos Reis q. tambem asignaram e eu Escrivam posto por fe Bernardo Gomes Pessoa Escrivam da Ouvidoria Geral e Correição por impedimento da Real Fazenda Antonio de Castro Viana o escrevi " (seguem assinaturas) Carneiro e Sá – Baptista, etc.etc.

   No mesmo processo a folha 41: Auto de Posse que toma Baltazar Correia Lima e Antônio Correia Mota de duas léguas de terra no Riacho do Canto, Sítio da Cachoeira como abaixo se declara: Saibam quantos este Público instrumento de Auto de Posse ou como em Direito para sua validade melhor no seu lugar haja e dizer possa virem que no ano do Nascimento de N. Snr. Jesus Christo 1816 aos treze de março neste Sítio da Cachoeira termo da Vila de N. Senhora da Expectação do Icó Comarca do Ceará Grande onde fui vindo e sendo "ahi" pelos empossados Baltazar Correia Lima e Antônio Correia Mota apresentado uma Escritura do Sítio da Cachoeira passada a eles Requerendo- me que em virtude dela lhes desse posse das mencionadas denominadas terras pelo que entrei eu com os empossados e as testemunhas abaixo nomeadas e assinadas pelo dito Sítio até o lugar denominado Jatobá cortando árvores de espinhos e cavando terra e sacudindo para o ar e fazendo ditos empossados todos os mais Autos de Posse no mesmo tempo gritei uma muitas vezes se havia pessoa ou pessoas que impedissem dita posse que se achegasse a mim que eu estava pronto para Receber e como não aparecesse ninguém que a impedisse os empossei de dita terra tanto quanto em Direito me é Prometido em firmeza do que fiz o presente Instrumento em que se assinaram ditos empossados e as testemunhas Francisco Xavier da Costa e João Batista Xavier e eu de meus sinais Públicos R. seguintes de que uso nesta Vila e seu Termo Escrevi e Assinei em Fé de Verdade o Tabelião Público Francisco Miguel Pereira = Antônio Correia Mota = Francisco Xavier da Costa = João Batista Xavier = Baltazar Correia Lima. Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima, Famílias Cearenses 07 – Ipueiras dos Targinos, Ed. Artes Digitais, Fortaleza. 2006. p. 305. f. Segundo Cartório do Icó, Edmir Peixoto Santos, Livro  Quarto, Nº de Ordem 345, folhas, 25/27 1999. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Salvador de Tebosa. 1617/1876. familysearch.org. 120,126, 131,134. Cf. Livro de Batismos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1722/1783. 263. Cf. Livro de Casamentos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1675/1723. 186,200. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Tiago, Mouquim. 1609/1745. familysearch.org. Cf. Livro de Batismos, São Tiago, Mouquim. 1675/1719. 04,08,10,14,17,21. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora do Pranto, Aveloso. 1623/1684. Cf. Página Famílias Cearenses. 12.09.2018.   

   Termo de batismo de Bento Ferreira Lima. Bento, filho legítimo de João Ferreira e de sua mulher Josefa Gomes, fregueses desta Igreja do São Salvador de Tebosa,  moradores no lugar de Tebosa, nasceu aos sete dias do mês de setembro de 1711 anos, e foi batizado nesta Igreja, por mim Padre Vigário dela Antônio da Silva, aos oito do mesmo mês e ano; foram padrinhos, Bento Ferreira, do lugar da Bicahinhas, e Maria Jacome, mulher de Francisco João Lages, do lugar Tebosa; e pus lhe os Santos Óleos. E para constar fiz este que assino, o Vigário dela Antônio da Silva.” Obs. Bento nasceu dois meses após o casamento dos seus pais.

 Bento Ferreira Lima casou-se com Maria Gomes Paes, álibi, Maria Ferreira Gomes. f. Livro Batismos e Matrimônios, Icó. N°18. Imagem 123.

   Joana Maria dos Anjos, filha de Bernardo Duarte Pinheiro n. na Freguesia de Santa Eulália, Paços de Ferreira, Porto, e de Ana Maria Bezerra, Santo Antão da Mata ou Tracunhaém, Pernambuco. Neta materna de Antônio Bezerra do Vale e de Maria Álvares de Medeiros.

Cf. Livros da Freguesia do Icó. Li1-129v – Li2-117 – Li3- 313v,321v – Li7- 20v,71v,137v,194. Cf. Oliva Ribeiro Lima. Várzea Alegre seus primeiros passos. Revista Itaytera. 1989. p. 36. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Salvador de Tebosa. 1617/1876. familysearch.org. 120,126, 131,134. Cf. Livro de Batismos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1722/1783. 263. Cf. Livro de Casamentos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1675/1723. 200.

   João Ferreira Lima nasceu a 20 de junho de 1717, no lugar de Tebosa, Concelho e Distrito de Braga, filho de João Ferreira Lima, n. na Freguesia de São Salvador de Tebosa,  e de Josefa Gomes Moreira, n. na Freguesia de São Tiago de Mouquim, Vila Nova de Famalicão, Braga. Neto paterno de Antônio Simões e de Maria Ferreira. Neto materno de Manoel Moreira e de Catarina Gomes. Ver seus irmãos Bento Ferreira Lima, Francisco Ferreira Lima, onde se transcreve o termo de casamento dos pais, e Mateus Ferreira Lima.

   O Capitão João Ferreira Lima foi Testemunha no Processo de Bigamia de Antônio Correia de Araújo, de idade 34 anos, - 1759. Morador no Sítio Poço da Pedra, que vive de seus gados.

 Termo de Batismo de João Ferreira Lima.    João, filho legítimo de João Ferreira e de sua mulher  Josefa Gomes, fregueses desta Igreja do São Salvador de Tebosa, moradores no lugar de Tebosa, nasceu aos vinte dias do mês de junho de 1717 anos e foi batizado nesta mesma Igreja por mim Padre Vigário dela Antônio da Silva, aos vinte e quatro do mesmo mês e ano; foram padrinhos, Manoel Rebelo da Costa, e Maria, filha de Manoel Martins, de Bicahinhas, e lhe pus os Santos Óleos. E para constar fiz e assinei, Vigário Antônio da Silva.”

    O Capitão Mor João Ferreira Lima casou-se com Ana Maria Joaquina Barbosa, n. em Recife, Pernambuco.

Mateus Ferreira Lima nasceu aos vinte dias do mês de fevereiro de 1714, no lugar de Tebosa, Concelho e Distrito de Braga, filho de João Ferreira Lima, n. na Freguesia de São Salvador de Tebosa,  e de Josefa Gomes Moreira, n. na Freguesia de São Tiago de Mouquim, Vila Nova de Famalicão, Braga. Neto paterno de Antônio Simões e de Maria Ferreira. Neto materno de Manoel Moreira e de Catarina Gomes.

      Termo de batismo de Mateus Ferreira Lima.    Mateus, filho legítimo de João Ferreira e de sua mulher Josefa Gomes, fregueses desta Igreja do São Salvador de Tebosa, moradores no lugar de Tebosa, nasceu aos vinte dias do mês de fevereiro de 1714 anos; e foi batizado nesta mesma Igreja por mim Padre Vigário dela Antônio da Silva aos vinte e quatro do mesmo mês e ano; e foram padrinhos, Mateus Pinto de Araújo, do lugar do Paço, e Maria Ferreira Lima, mulher de Manoel Pinto Barbosa, do lugar da Bicahinhas, e pus lhe os Santos Óleos. Padre Vigário Antônio da Silva.”

   Mateus Ferreira Lima faleceu a 09 de outubro de 1799, no Sítio Fortuna, Freguesia do Icó, Ceará. Foi casado com Luzia de Oliveira Gusmão, falecida a 04 de agosto de 1807, no Sítio Fortuna, Freguesia do Icó, e filha de Antônio Batista de Oliveira, n. Portugal, e de Isabel de Oliveira, n. Sergipe. Pais de 1.-2. Cf. Carcará, Ferreira Lima. Pág.181.1985. Mileno T. Bandeira.  Cf. Irineu Pinheiro. Efemérides do Cariri. 1963. p. 43,83. Cf. ntônio de Alencar Araripe, Revista Itaytera. 1961. p.192. Cf. Livro de , Matrimônios, Santo Antônio, Quixeramobim. amilysearch.org. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Salvador de Tebosa. 1617/1876. familysearch.org. 120,126, 131,134. Cf. Livro de Batismos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1722/1783. 263. Cf. Livro de Casamentos, São Salvador de Tebosa. Etombo. 1675/1723. 200.

   Gaspar Rodrigues dos Reis Calçado nasceu na Freguesia de São Frutuoso de Argozelo, Concelho de Vimioso, Bragança. Filho de Roque Dias e de Catarina dos Reis ora filho de Manoel Rodrigues Correia e de Isabel Dias de Almeida. Cf. Livro de Batismos. familysearch.org.  

Gaspar foi denunciado na Vila de Santo Antônio de Recife, a 21 de novembro de 1758, “ao Comissário do Santo Ofício, Doutor Antônio Álvares Guerra”, pelo Doutor em Medicina, José Baltazar Augeri, José Balthazar Algeri, natural da Freguesia de Santo Cosme e Damião da cidade de Turim, Corte Del Rei da Sardenha, em Piemonte, de idade que diz ter de 34 anos, (1758), homem solteiro, que vive da arte da medicina, morador e assistente de presente no Curato Nossa Senhora do Rosário das Russas, Vila de Santa Cruz do Aracati do Jaguaribe, Bispado de Pernambuco, o qual disse por descargo de sua consciência, temor de Deus e mandado de seu confessor, sem constrangimento ou violência de pessoa alguma, ódio nem inimizade, vinha denunciar ante mim Antônio Álvares Guerra, Comissário do Santo Ofício a Gaspar Rodrigues dos Reis Calçado, ao qual ouviu ele denunciante Gaspar Rodrigues dos Reis Calçado, dizer várias coisas mal soantes, profanas e escandalosas contra a nossa santa fé Católica, indicativas de judaísmo. Cf. Siará Grande. Op. cit. Vol. II. p. 954.

   A atitude gozadora de Gaspar seria mais uma provocação ante a rivalidade Aracati versus Russas? A Ribeira do Jaguaribe foi colonizada a partir de São João do Jaguaribe a mais antiga das comunas. Logo Russas centralizou as atividades eclesiásticas e econômicas. O Curato de Nossa Senhora do Rosário das Russas era extenso e ao Curato citado, pertenciam Aracati, Quixeramobim, estendendo-se ao limite da Freguesia de São José do Ribamar de Aquiraz e até a Ribeira do Mossoró. Por volta de 1780 é que Aracati com a criação da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Vila de Santa Cruz do Aracati, assume de forma independente o seu importante papel não somente no vale jaguaribano mas no Estado do Ceará, disputando então a primazia com a rica Vila do Icó.

   Os Cadernos do Promotor eram as anotações prévias das denúncias - que poderiam ou não seguir como processos. Reúne de forma caótica, sem ordenação cronológica ou das Freguesias de origem dos envolvidos, denúncias de feitiçaria, de quebra de sigilo no confessionário etc. mas raros os processos com indicação conclusiva.

   O viúvo Doutor José Baltazar Augeri, Algeri faleceu aos 07 de abril de 1798, com 80 e tantos anos, com testamento, e foi sepultado das grades abaixo na Igreja Matriz do Aracati. Encomendado pelo Padre Manoel Lourenço Souto, Cura. Cf. Aracati CD1 L3 Óbitos 128 Aracati CD2 1379.

   Gaspar foi denunciado ao Santo Ofício, mas não houve confirmação se o caso virou processo. A anotação feita pelo Comissário não dá informações também sobre a naturalidade de Gaspar Rodrigues dos Reis Calçado. A sua permanência na Freguesia das Russas, batizando filhos após 1758, demonstra que nada sofreu. Cf. Cadernos do Promotor - Caderno 121, Livro 313 [1750-1760] microfilme 1444, Folha 146, imagem 333,334.

  
   Gaspar Rodrigues dos Reis Calçado
casou-se segundo com Ana de Sá Cavalcante, a Nova, natural da Freguesia de Granja, Ceará, filha de Domingos Álvares Ribeiro e de Dona Ana de Sá Cavalcante, n. na Freguesia da Várzea, Recife, Pernambuco. Com geração do segundo casamento.Reis Calçado casou-se primeiro com Dona Joana Veloso, pais de seis filhos anotados e nascidos na Freguesia de Russas. Calçado viveu com uma mulher incógnita (Luíza Maria da Rocha), pais de Alexandre José dos Reis Calçado casou-se com Luzia Rodrigues de Oliveira, natural do Arraial de Paracatu, MG, falecida a 24 de julho de 1837, filha de Antônio Rodrigues de Oliveira e de Ana Rodrigues de Araújo. Alexandre José viveu de suas fazendas localizadas no limite da Serra do Tombador, Distrito de Rio Preto, Termo de Paracatu, atual município de Unaí, Minas Gerais. Proprietário das Fazendas Engenho de São Sebastião e Serra, faleceu a 21 de outubro de 1816. Luzia Rodrigues de Oliveira e Gaspar pais ainda de Antônio Rodrigues dos Reis Calçado, diz ter chegado ao Arraial de Paracatu com um ano e meio de idade. Casou-se no ano de 1790, com Francisca da Silva Pereira, filha de Antônio da Silva Pereira e no mais desconhecido. Cf. Colaboração José Aluísio Botelho, MG.

  

Gonçalo Ferreira da Ponte & Capitão Mor Manoel José do Monte.

Francisco Augusto de Araújo Lima (1989/2018) ajudou a outros autores, para a manutenção do erro sobre a existência de um só Gonçalo Ferreira da Ponte e não dos homônimos, o avô e o neto. Com a colaboração do amigo pesquisador Fábio Arruda de Lima, a verdade sobre este meu ascendente, via materna, foi restaurada, após mais de duzentos anos de má interpretação. Antes tarde do que nunca.    

Gonçalo Ferreira da Ponte Sênior, por alcunha 'o Cachaço', natural da Freguesia da Boa Vista, Recife, Pernambuco, sapateiro, fabricante de sola vermelha em seu Curtume chamado de São Gonçalo.

   Gonçalo Sênior filho de Francisco Ferreira {da Ponte}, sapateiro, batizado a 26 de maio de 1639, em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, e de Isabel Nunes, n. Ipojuca, Pernambuco. Francisco Ferreira {da Ponte} casou-se a 19 de dezembro de 1666, com D. Isabel Nunes, moradores na Ponte, nas Cinco Pontes, Rua da Senhora da Penha de França, Recife.   Neto paterno de Felipe Fernandes, sapateiro, filho de um tosador, {Sebastião Fernandes c.c. Maria Jorge}, e de Apolônia Ferreira, filha de um serralheiro, {Domingos Ferreira c.c. Maria Rodrigues}. Felipe e Apolônia, casados a 04.06.1628.  Neto materno de Mateus Esteves, português, e de Ana Nunes, índia.

      Irmãos anotados de Francisco Ferreira da Ponte.

  1. Joana, batizada a 08 de março de 1630. Padrinhos, Amaro Lopes e Bárbara Gonçalves, mulher de Belchior Fernandes. 
  2. Maria batizada a 29 de agosto de 1632. Padrinhos, Custódio Vieira Bocarro e Isabel Coelho, mulher de Manoel André.  
  3. Antônio, batizado a 11 de novembro de 1633, filho de Felipe Fernandes, sapateiro e de Apolônia Ferreira. Padrinhos, Diogo Muniz, o Moço, e Maria de Almeida, mulher de Manoel Fernandes. Obs.: Diogo Muniz, o Moço, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, c.c. Dona Ana Margarida. 
  4. Vitória batizada a 1º de novembro de 1635, filha de Phelipe Fernandes, sapateiro e de Apolônia Ferreira. Padrinhos, Henrique N.?. e D. Francisca Francisco, mulher de Amaro Fernandes. 
  5. Domingos, batizado a 12 de julho de 1637, filho de Phelipe Fernandes e de Apolônia Ferreira. Padrinhos, Francisco de P.?. desta Freguesia e Josefa Francisca. 
  6. Francisco Ferreira da Ponte, batizado a 26 de maio de 1639, filho de Phelippe Fernandes e de Apolônia Ferreira. Padrinhos: Pedro Francisco Fernandes e Maria Jo.?.? mulher de Sebastião Fernandes. Cf. Livro de Batismos, Angra do Heroísmo. Etombo.

   O Coronel Gonçalo Ferreira da Ponte  casou-se  duas vezes. A primeira a 20 de abril de 1697, com Maria de Barros Coutinho, Maria de Barros Catanho nasceu em Recife, Pernambuco, filha do Sargento Mor Manoel da Silva Vieira e de Grácia de Barros Rego, Gracia de Barros Catanho, n. na cidade de Olinda, Pernambuco.

  Gonçalo Sênior casou-se segundo aos 25 de setembro de 1711, na Capela de São Gonçalo da Boa Vista, Recife, com Maria da Conceição {do Monte e Silva}, nasceu como já foi dito na Freguesia de Madalena do Mar, Concelho de Ponta do Sol, Ilha da Madeira, batizada na Igreja de Santa Maria Madalena, a 13 de dezembro de 1697, filha de Mateus Rodrigues da Costa (batizado a 09 de abril de 1674), e de sua mulher Maria Lopes de Abreu, moradores na Boa Vista do Recife, casados a 21 de abril de 1692, sendo ele da Ilha de Faial, e ela, do Funchal, Freguesia de Santa Maria Madalena. Neta paterna de Antônio Gonçalves Correia e de Águeda Rodrigues. Neta materna de Pedro Lopes e de Maria Esteves. 

   Aos 25 de setembro de 1711, com minha licença, recebeu Reverendo Padre Antônio da Costa Carneiro, na forma do Sagrado Concílio Tridentino, em São Gonçalo da Boa Vista, a Gonçalo Ferreira da Ponte, viúvo que ficou de dona Maria de Barros Coutinho, com Maria da Conceição, filha do Capitão Mateus Rodrigues (da Costa) e de sua mulher Maria Lopes (Abreu), moradores nesta freguesia,foram testemunhas Dámaso Saraiva de Araújo. Jerônimo Álvares Saldanha. Francisco da Fonseca Rego. Cf. Livro 1º dos Recebimentos, Recife 1654/1715. folhas 138. 

 Interessa informar: o Monte do Capitão Mor Manoel José do Monte seria o novo desafio. Pela paterna não existe Monte como se demonstra. E pela materna ainda não foi encontrada a origem do Monte. Dona Maria da Conceição (do Monte e Silva para alguns autores) nasceu na Freguesia de Madalena do Mar, Concelho de Ponta do Sol, Ilha da Madeira, repetindo, filha de Mateus Rodrigues da Costa e de Maria Lopes de Abreu. Neta paterna de Antônio Gonçalves Correia e de Águeda Rodrigues. Neta materna de Pedro Lopes e sua mulher Maria Esteves. Portanto, nada de Monte. O sobrenome MONTE  é de origem toponímica. Freguesia de Nossa Senhora do Monte, Concelho de Funchal, dos pais de Dona Maria da Conceição. Explicado fica a origem bem diversa da lenda que os Do Monte da Ribeira do Acaraú eram parentes do De Monte e Silva do Icó, Ribeira do Salgado. O não parentesco tese que defendo desde 1992 e que agora (2019) documento.

   O Capitão Gonçalo Ferreira da Ponte Neto filho de Joana de Barros Coutinho, batizada a 02 de julho de 1703, na Igreja Paroquial de N. Senhora da Apresentação, Natal, Rio Grande do Norte.  D. Joana foi a segunda esposa de Cosme de Freitas Pereira, n. Recife, Pernambuco. Neto paterno de Rodrigo da Costa Pereira e de Marusa de Freitas, ambos naturais de Recife, Pernambuco. Neto materno do Coronel Gonçalo Ferreira da Ponte e de Maria de Barros Coutinho, Maria de Barros Catanho nasceu em Recife, Pernambuco, (casados a 20.04.1697).

    Gonçalo Ferreira da Ponte Neto casou-se com Rosaura do Ó Mendonça n. em Goiana, Pernambuco, filha de Francisco Xerez Furna, n. Ipojuca, e de Inês de Vasconcelos Uchoa, da cidade de Olinda. O Capitão Gonçalo Ferreira da Ponte Neto faleceu no dia 23 de junho de 1762, no Sítio Santa Úrsula, Meruoca, Ceará, sendo sepultado na Igreja Matriz da Caiçara, Sobral, das Grades para Cima. Sem sucessão.   

  “Aos vinte e três dias do mês de junho de mil setecentos e sessenta e dois, faleceu da vida presente de morte repentina, solenemente, com o sacramento da penitência por não dar lugar a mais, o Capitão Gonçalo Ferreira da Ponte (Neto), homem branco, freguês deste Curato, morador na Serra do [Cherneca], casado com dona Rosaura do Ó de Mendonça, por carta de ametade, fez seu solene testamento, em o qual deixa por seus testamenteiros o Capitão Manoel Carneiro Rios, Antônio Coelho de Albuquerque, o Reverendo Padre José Ignácio Gonçalves da Silva, todos fregueses deste Curato”.  

TESTAMENTO
  Disse que seu corpo seja sepultado nesta Igreja Matriz ou na Capela mais vizinha, não podendo eleger a Matriz; e quando oram em um estrado com uma cruz na cova; e que seus (...) de humano se trasladem em primeiro a sua Matriz.

Disse que seu corpo seja envolto em hábito franciscano ou outro qualquer, e, na falta, em mortalha branca, e acompanharam o corpo a sepultura os sacerdotes que estiverem presentes ao tempo do seu falecimento; e se lhes dar a esmola costumada.

Item - que se diga por sua alma vinte e cinco missas de corpo presente, com a esmola de trezentos e vinte réis cada uma; e que não havendo sacerdotes, que os digam no mesmo dia de seu falecimento ou se digam nos seguintes outros dias.

Item - manda que se digam, por sua alma, dez capelas de missas; ao santo do seu nome, uma capela; pela alma de seu pai, mãe e avós, duas capelas; a Nossa Senhora da Conceição, uma capela; pelas almas do purgatório, quatro capelas; as quais dezoito capelas de missas se pagaram dezesseis mil réis cada capela.   

Item - que se faça um ofício de corpo presente fora da paroquial. Item - declara ser filho legítimo e de legítimo matrimônio de Cosme de Freitas Pereira de dona Joana de Barros Coutinho, já defuntos, e que como não tem herdeiros forçados, institui por sua herdeira a Nossa Senhora da Conceição desta Matriz; e ultimamente deixa de esmola cem mil réis aos santos lugares.

Foi envolto em hábito Franciscano, sepultado nesta Matriz, das grades para cima, em que me assino. Manoel da Fonseca Jaime - Cura do Acaraú.  Cf. Livro de Óbitos, Sobral. familysearch.org. 

  1. Rosaura faleceu a 20 de setembro de 1797. Viúva - havia casado (2) a 27 de novembro de 1762, “pelas oito horas da noite,” com André José Moreira da Costa Cavalcante, n. na Freguesia da Sé de Olinda, Pernambuco, Capitão, Escrivão da Câmara de Sobral, filho de João da Costa Moreira e de Brásia de Oliveira Cavalcante, ambos da Vila de Igarassu. Neto paterno de Pascoal Moreira da Costa e de Maria do Vale, naturais da Freguesia do Cabo de Santo Agostinho. Neto materno de Félix José de Oliveira e de Joana Úrsula Maria Cavalcante, naturais de Igarassu, Pernambuco. Sem geração. 

   A leitura da Habilitação do Santo Ofício de  Manoel Carneiro Rios permitiu elucidar os fatos. Rios foi batizado a 07 de outubro de 1726, na Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião, Recife. Genro do Gonçalo Ferreira da Ponte Sênior. E como o sogro também dono de curtume e sapateiro, em Recife. Sargento Mor, Escrivão da Vara Eclesiástica da Freguesia da Caiçara, Sobral, Ceará. Idem João Machado Portela.  Fonte: Fábio Arruda de Lima & Francisco Augusto de Araújo Lima. Habilitações do Santo Ofício. Etombo. FAL & FAAL. A. J. V. Borges da Fonseca. Nobiliarchia Pernambucana. Ed. Biblioteca Nacional. RJ. 1935. Vol. I. p. 96, 343,352,392. Vol. II. p. 104,106. Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo. Cronologia Sobralense. Ed. Cearense. Fortaleza. 1974. Vol. I. p. 33,36,46,73,117,160,163,185,202,208,214,215,220,299. Vol. II. p. 72, 85,257. Cf. Livro de Óbitos, Matriz, Sobral. Livro de Matrimônios, Matriz, Sobral.  familysearch.org. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Zero - Soares e Araújos no Vale do Acaraú. 2ª Edição. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2011. p. 125,175,178. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Vol. I p. 379. Vol. II. p. 621,661,704, 735, 976.  Vol. III. 1237.Vol. IV. p. 1767,1893,2066. Fco. Augusto, FAAL, 02 de setembro de 2018.  genealogia@familiascearenses.com.br  

 

  José de Melo Castelo Branco nasceu na cidade do Porto, filho de João de Melo Castelo Branco, de Santa Maria da Vila de Vouzela, Viseu, e de Teresa Francisca Benedita da Costa, natural da Freguesia da Sé do Rio de Janeiro, Senhora da Casa da Richeira, assistente na cidade do Porto. Neto paterno de Manoel de Vilhegas Castelo Branco, Senhor da Casa do Fiel, Termo de Viseu, e Cavaleiro da Ordem de Cristo, e de Esperança de Melo e Souza. Neto materno de Manoel Gomes da Silva, Senhor da Casa da Richeira, Cabeceiras de Basto, e de Maria Gomes dos Godos, Maria Gomes de Godos.

  José de Melo Castelo Branco descendente de família ilustre em Portugal, casou-se a 11 de agosto de 1790, na Serra de São Domingos, Freguesia de Arneiroz, em desobriga, com Joana Maria da Conceição, Joana do Rego Bezerra, natural de Campina Grande, Paraíba, filha de Bento do Rego Bezerra e de Teodora Guedes, ambos da Freguesia das Russas. Neta paterna de Manoel Camelo Valcácer e de Catarina da Fonseca. Neta materna de Leonarda de Barros n. Paraíba, e de Carlos da Cunha Pereira, n. 1682, em Recife, Pernambuco e faleceu ab intestato, por sua morte acontecer quase que subitamente, a 1º de maio de 1760, sepultado na Capela de São João Batista, São João do Jaguaribe, Ceará. Carlos da Cunha Pereira, viveu (1) com Francisca dos Santos, índia.

Ainda Castelo Branco.

  O Tenente Coronel Matias Pereira Castelo Branco, segundo no Comando do Regimento de Milícias do Banabuiú, Juiz de Órfãos, sediado na Povoação de Quixeramobim, Sesmeiro, 1744, Banabuiú, na Barra do Sitiá e Juazeiro de Cima, e outra, entre o Rio Sitiá e Tapuiará, onde corre o Riacho Urucu,  colaborador do Santo Ofício, morador no Juazeiro de Cima, Freguesia de Russas.

 O enigma da naturalidade de Matias Pereira Castelo Branco foi resolvido com a colaboração do seu descendente Tenente - Coronel Rommel Diógenes Castello Branco e do bragantino Eng. Antônio José Dias Pereira Mendes a quem somos gratos. Cf. Página Famílias Cearenses. 14.11.2016.

  Para complicar a pesquisa, o sério pesquisador Geraldo Nobre, contesta a versão do Mestre Raimundo Girão, de Matias ser filho de João Correia Vieira e de Maria Cardoso de Távora. Esclarecendo: Matias seria sobrinho do seu sogro Pascoal Correia Vieira e filho de João Correia Vieira. O trabalho de Raimundo Girão ficou confuso no texto referente a Matias, dado um erro de datilografia. João Correia Vieira, filho do citado Pascoal, é anotado como irmão do Pascoal Correia Vieira, quando deveria ser filho. Cf. Geraldo Nobre. História de Morada Nova, Ed. Gráfica Editorial Cearense, Fortaleza, 1976. p. 81. Cf. Raimundo Girão. Montes, Machados, Girões. RIC. 1965. p. 114.

   O Coronel Matias é natural da Freguesia de Nossa Senhora das Graças de Fragosela, Concelho e Distrito de Viseu. Nos termos cearenses, somente Freguesia de Nossa Senhora das Graças, Bispado de Viseu, sem indicar o Concelho e os seus pais, e mesmo assim permitiu documentar a sua naturalidade e termos de casamento de seus pais, e de batismos de seus irmãos.  Aleluia!    

  Termo de casamento dos pais de Matias Pereira Castelo Branco.  Em os vinte e cinco dias do mês de novembro de 1679 anos, nesta Igreja de Nossa Senhora das Graças das Fragozellas, Fragosela, se receberam por palavras de presente em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, na forma do Concílio Tridentino e Constituição deste Bispado, Antônio Pereira Queiroz Castelo Branco, (batizado a 07.05.1654), filho de Antônio Cardoso e de Cristina Pereira Castelo Branco, (casados a 05.09. 1649),moradores que foram no lugar Tibaldinho, Freguesia de São Vicente de Alcafache, (Concelho de Mangualde, Viseu,) e Dona Isabel de Castelo Branco e Távora (Távora, batizada a 04.01.1644), filha que ficou de O.?. Pedro Ferrão, Geraldo Ferrão e de Dona Margarida Rebello de Loureiro, moradores que foram no lugar de Prime, foram testemunhas Tomás da Silva e Antônio João deste lugar de Prime, e por verdade fiz este termo que assinei. O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.  

   Termos de batismos de irmãos de Matias Pereira Castelo Branco.

   Em os doze dias do mês de fevereiro de 1681 anos, batizei a Mariana, filha de Antônio Pereira e de sua mulher Dona Isabel de Castelo Branco, (do lugar) de Prime, e foram padrinhos o Reverendo Cônego Pedro de Mesquita, da cidade de Viseu, e Dona Ana de Castelo Branco tia da batizada, e por verdade fiz este termo que assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.

   Em os quatro de março de 1683 anos, batizei a Antônio filho de Antônio Pereira de Queiroz Castelo Branco e de sua mulher Dona Isabel, do lugar de Prime; foram padrinhos Manoel de Azevedo, da cidade de Viseu, e Dona Maria Castelo Branco tia do batizado, do lugar de Prime, e por verdade assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.

Em os dois dias do mês de maio de 1686 anos, batizei a Michaela, filha de Antônio Pereira e de sua mulher Dona Isabel, do lugar de Prime, e foram padrinhos, Manoel de Almeida, da cidade de Viseu, e batizou o Padre Jorge de Vasconcelos da dita cidade, de que fiz este termo e assinei O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.

   Filhos por Antônio Cardoso e Cristina Pereira Castelo Branco, tios paternos do Coronel Matias.

Christa, Cristina, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher (Christa) Cristina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Padre Manoel Cardoso, tio, a 30 de maio de 1650, de que foram padrinhos Diogo Borges, tio, e Catarina Francisca do dito lugar, era ut supra. O Abade Sebastião Pinto.

Arcângela, filha de Antônio Cardoso e de Christina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Reverendo Abade a 16 de maio de 1652, e foram padrinhos João Cardoso de Abrantes e morador em Viseu, e sua irmã Madalena, era ut supra O Abade Bartolomeu Coelho Rosado.

Antônio, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher Cristina Pereira, moradores em Tibaldinho, batizou o Padre Antônio Marinho de minha licença, a 07 de maio de 1654, e foram padrinhos, eu o Abade Bartolomeu Coelho Rosado e Dona Maria da Silva todos desta Freguesia de São Vicente (de Alcafache), era ut supra o Abade Bartolomeu Coelho Rosado.

Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1672/1747. familysearch.org. 27,30,36,57. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1638/1675. familysearch.org. 12,15. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Vicente de Alcafache, Mangualde, Viseu. 1631/1688. familysearch.org. 31,34,38. Francisco Augusto de Araújo Lima, Fortaleza, 14 de novembro de 2016. FAAL - Siará Grande, notícia na Página Famílias Cearenses.

 

  Sempre que acontece dificuldade em elucidar a naturalidade e/ou ascendência surge alguém de imaginação fértil para informar que a pessoa é foragida, que veio se esconder nos sertões do Ceará, etc. Assim aconteceu com José Quezado Filgueiras Lima, José Quesado nasceu em Portugal, Tenente, morador no Sítio Santana, Barbalha, Ceará.

   Antônio Lima Barreto. Inquirição de Génere. 29.12.1689. Filiação: Jose Rodrigues Lima Barreto e Antônia Filgueiras Lima. Natural e/ou residente em Viana do Castelo - Santa Maria Maior, atual Concelho de Viana do Castelo e distrito (ou país) Viana do Castelo. PT/UM-ADB/DIO/MAB/006/00253. Santa Leocádia de Geraz do Lima. Santa Leocádia de Baião a mesma Santa Leocádia de Paços.

  José Quesado conhecido pela alcunha de Urucubaca, dizem que degredado para o Brasil, por razões políticas. Ainda: cripto judeu que veio para o sertão a esconder-se do Santo Ofício.

A afirmação “esconder-se” é improcedente como se demonstra no presente trabalho. A presença do Santo Ofício no Cariri cearense data da era de 1750, ora representada pelo Reverendo Doutor Veríssimo Rodrigues Rangel, Visitador Geral, na Capitania do Siará Grande, ora por outros Comissários cujos Processos começam a ser conhecidos. No termo de casamento do seu filho José, Capitão Mor, é José Quesado Lima.

   A família Casado admite-se seja corruptela da forma castelhana Quezado, e desde o século XIV estava estabelecida em Viana do Castelo e a ela faz menção Felgueiras Gayo.10. Obs. A grafia Quezado ora com S.

  Francisco Augusto, no seu Siará Grande - título 1338- José Quezado Filgueiras Lima informa a fonte de pesquisa para  encontrar a sua naturalidade e ascendência. Os pesquisadores amigos Guilherme L. Quezado (13 anos de idade) e Ana Cláudia de Araújo Quezado leram o Siará Grande e colaboraram para elucidar de forma definitiva quem foi o Tenente Quezado morador no Cariri cearense.  A família Felgueiras da confiança do Rei de Portugal e da Igreja Católica.

   José Quezado Filgueiras Lima nasceu no lugar de Felgueiras margem direita do Rio Lima, distante cinco quilômetros de Viana do Castelo. Filho de Manoel Casado e de Joana Gil. Neto paterno de outro Manoel Casado e de Domingas Martins. Neto materno de Antônio Gil e de Maria Martins. Explicado pois a origem do sobrenome, lugar Felgueiras e Rio Lima.

    José Quezado Filgueiras Lima com tios Padres, primo Comissário do Santo Ofício, tudo documentado, inclusive, Inquirição de Génere e Habilitação do Santo Ofício. Termo de batismo: José filho legítimo de Manoel Quezado e de sua mulher Joana Gil, fregueses desta Igreja, moradores no lugar da Felgueira, nasceu aos doze dias do mês de março de 1719 anos, o qual batizei e pus os Santos Óleos, eu Padre Manoel Vaz da Costa Cura Encomendado da dita Freguesia, aos quinze dias do dito mês da mesma era acima; foram padrinhos João Fernandes e Luíza, solteira filha de Maria Afonso, viúva, ambos do dito lugar da Felgueira, e todos desta Freguesia, dia, mês e ano ut supra. O Padre Manoel Vaz da Costa.” 

 Termo de casamento de Manoel Casado, Quezado.  “Aos vinte e três dias do mês de março de 1704 anos, em presença do Reverendo Manoel da Rocha Brandão Abade desta Paroquial Igreja, se receberam Manoel Casado, filho de Manoel Casado e de sua Mulher Domingas Martins com Joana Gil, filha de Antônio Gil e de sua mulher Maria Martins, todos do lugar da Felgueira desta Freguesia dadas as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino. Estando por testemunhas Manoel Afonso Carvalhêdo, Luís Afonso e Antônio Vaz, todos desta dita Freguesia, dia, mês e ano ut supra. O Cura Manoel Vaz da Costa.” 

Termo de casamento avós maternos de José Quezado Filgueiras Lima. “Aos vinte e quatro dias do mês de julho de 1672 anos, em presença de mim Padre Luís Fernandes Coadjutor desta Freguesia, se receberam Antônio Gil, filho de João Gil V° e de sua mãe Ângela A° do lugar Vila Meã com Maria Martins, filha de Francisco Martins e de Maria Gonçalves, já defuntos, todos desta Freguesia dados os Banhos na forma do Sagrado Concílio Tridentino estando por testemunhas Antônio A° Torres desta Freguesia e Francisco Fernandes. O Coadjutor Luís Fernandes.” Cf. Livro de Batismos e de Matrimônios, Viana do Castelo. Etombo.

                                  

   O enigma da naturalidade de Luciano Cardoso de Vargas está na letra i.

  Luciano Cardoso de Vargas tem naturalidade conhecida, mas que não deve – ainda – ser divulgada. Viveu na Bahia, em Pernambuco e no Ceará, com descendência cuidadosamente estudada. Cf. Fco. Augusto. Famílias Cearenses 7 -  Ipueiras dos Targinos Ed. Artes Digitais, Fortaleza, 2006. p. 330. FAAL. Famílias Cearenses, 4 – Freguesias do Icó e Russas. Século XVIII. Ed. Artes Digitais. Fortaleza, 2006. 435 p. (Versões atualizadas, 2018).

  Luís Furtado Leite e Almeida nasceu aos treze dias do mês de fevereiro de 1700, na Freguesia e Concelho da Povoação, Ilha de São Miguel, Açores, filho de Lourenço de Almeida Carneiro, e de sua segunda mulher, Isabel Furtado de Mendonça, naturais do lugar Povoação, Ilha de São Miguel. Com rica descendência em Coité, Mauriti, e no Cariri cearense.

   Lourenço de Almeida Carneiro casou-se (1) a 03 de agosto de 1693, com Isabel Furtado Leite Lopes, e consta em vários termos como padrinho e/ou testemunha, assinando em cruz, era analfabeto. Na crônica genealógica portuguesa, por engano, é anotado como Lourenço de Almeida Carreiro.

Termo de batismo de Luís Furtado Leite e Almeida. Luís, filho de Lourenço de Almeida e Isabel Furtado sua mulher, nasceu aos treze dias do mês de fevereiro do ano de 1700, e foi batizado aos dezoito do dito mês, nesta Igreja de Nossa Senhora Mãe de Deus Paroquial de seus pais, por mim Vigário desta dita Igreja, de tarde; foi padrinho o Reverendo Francisco de Amaral de Vasconcelos, Cura nesta dita Igreja; foram testemunhas presentes Manoel Furtado Leite, Sebastião de Amaral, todos moradores e fregueses deste lugar da Povoação, e por verdade fiz e assinei era ut supra. O Vigário Francisco de Amaral de Vasconcelos.” Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima, Famílias Cearenses, Um. Ed. Premius. 2001. Fortaleza. p. 145/202. Cf. Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima. As Famílias Furtado Leite e Martins de Morais. Rev. do Instituto Genealógico do Cariri. Crato. 1981. p. 42/85.

   Maia do Cariri Cearense.

  Francisco Pereira Maia Guimarães nasceu no dia 19 de maio de 1782, em Recife, Pernambuco. Batizado a 12 de junho de 1782, na Igreja Matriz do Corpo Santo do Recife, pelo Padre Inácio Francisco dos Santos. Residiu  na Freguesia de N. Senhora da Boa Viagem de  Massarelos, Porto, filho de José Pereira Maia Guimarães, Familiar do Santo Ofício, n. no lugar Recobellas, Freguesia de Ribeiro, Concelho de Monte Longo, atual, Fafe, Braga, e de Antônia Joana Cedrim, n. na Freguesia de N. Senhora da Boa Viagem de  Massarelos, Porto. Neto paterno de José Pereira  (f. de João Pereira Monteiro, n. na Freguesia de Torrados, Concelho de Felgueiras, Porto, e de Jerônima Pires do lugar da Bolada, Freguesia de São Bartolomeu do Rego, Celorico de Basto, Braga e de Mariana da Maia, solteira, (f. de Fernando da Maia, da Casa das Fontes, Freguesia de Faia, Concelho de Cabeceiras de Basto e de Maria de Paços, n. no lugar Recobellas, Freguesia de Ribeiro, Concelho de Monte Longo, atual, Fafe, Braga). 

  Antônia Joana Cedrim, n. Freguesia de N. Senhora da Boa Viagem de Massarelos, Porto, filha do Capitão Antônio Francisco Cedrim n. na Freguesia de Cedrim,  Server do Vouga, Aveiro, Bispado de Coimbra, e de Teresa Josefa Palheiro Cedrim, n. na Freguesia de N. Senhora da Boa Viagem de  Massarelos, Porto.  Neta paterna de Domingos João, n. no lugar Soutelo, Freguesia de São Martinho de Pessegueiro, Sever do Vouga, Aveiro, e Maria Francisca, natural também da Freguesia de São Martinho de Pessegueiro, Sever do Vouga, Aveiro.  Neta materna do Capitão Manoel Alves de Paiva e de Josefa Fernandes Pinto naturais da Freguesia de Massarelos. Pais da citada Teresa Josefa Palheiro Cedrim, n. na Freguesia de N. Senhora da Boa Viagem de  Massarelos, Porto. Antônia Joana Cedrim irmã do Familiar do Santo Ofício, Antônio José Cedrim.

   Depois de anos de pesquisas foi finalmente elucidada a naturalidade de  Francisco Pereira Maia Guimarães. O fato de seus pais portugueses haverem morado em Recife e ele Francisco ter residido no Crato, Ceará e em Massarelos gerou a dificuldade para a determinação da sua naturalidade.  No livro  Siará Grande, lançado no Instituto do Ceará, a 09.11.2016, a seguir citado informa:

   No termo de batismo do seu filho José, consta Maçarelos por Massarelos, Porto. Cedrim, Freguesia de  Server do Vouga, Aveiro, deve ser a origem do sobrenome Cedrim.  

 José Pereira da Maia Guimarães. Diligência de Habilitação. Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, José, mç. 158, doc. 3054.  Antônio José Pereira Maia. Carta de Sesmaria. 20.04.1799. Registo Geral de Mercês de D. Maria I, liv.14, f. 349.

José Duarte Cedrim. Diligência de Habilitação. Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, José, mç. 150, doc. 2922. Cópia microfilmada. Portugal, Torre do Tombo, mf. 2906. Informação não tratada arquivisticamente. PT/TT/TSO-CG/A/008-001/14983. A leitura deste documento com certeza levará a naturalidade de Francisco Pereira da Maia Guimarães. Fonte: Francisco Augusto de Araújo Lima. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed Expressão Gráfica. Fortaleza, 2016. p. 823. Fortaleza, 05 de maio de 2017. Faal. genealogia@familiascearenses.com.br

Maia do Tabuleiro do Norte. Ver Fco. Augusto de Araújo Lima, Famílias Cearenses 2. BESSA e MAIA. Ed. Qu4tro, Fortaleza. 2004.

   Manoel Fonseca Jaime nasceu em Santarém. Manuel Fonseca Jaime - Arquivo Nacional da Torre do Tombo. digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=1883793.  O Registo Geral de Mercês do reinado de D. João V - Instalation unit 0007 Livro 7 1714/1734. Item 71596 Manuel Fonseca Jaime 1715-02-18/1715-02-18.

   Capitão de Infantaria no Teréo de Olinda e Capitão Mor do Ceará Grande por escolha datada de 20 de junho de 1713. Assumiu o governo em fins de 1715.

  Manoel da Fonseca Jaime Sênior casou-se com Maria do Carmo da Assunção, Maria do Carmo Proença, Maria de Proença Lins Acioli, filha do Mestre de Campo Manoel Lopes Galvão e de Margarida Lins Acioly. Pais de sete filhos, entre eles:

  1. Margarida Ribeiro da Fonseca casou-se com o Coronel de Ordenanças do Ceará Manoel Soares de Souza, natural de Muribeca, Pernambuco, filho de Diogo Martins Aires, n. em Santo Amaro do Jaboatão, Pernambuco, e de Helena Soares, n. na Freguesia da Sé de Olinda. Pais de nove filhos.
  2. Bernardo de Oliveira Pinto, Capitão da Infantaria do regimento de Olinda, Pernambuco. Casou-se com Jerônima de Albuquerque de Melo, filha de João Gomes de Melo e Albuquerque e de Felipa Nunes. Sem sucessão.
  3. Cipriano Lopes da Fonseca Galvão casou-se com Adriana de Holanda e Vasconcelos. Pais de Manoel da Fonseca Jaime.                                      

3.1. Manoel da Fonseca Jaime (Neto).  O Padre Doutor, Familiar do Santo Ofício, Vigário do Acaracu, Acaraú, 1757/1762. Cura das Russas, 1767/1774. Vigário Colado de Frade, Jaguaretama, 1784, Manoel da Fonseca Jaime (Neto), n. em Olinda, Pernambuco, era filho de Cipriano Lopes da Fonseca Galvão e de Adriana de Holanda e Vasconcelos. Neto paterno do Capitão Mor do Siará Grande, 1715, Manoel da Fonseca Jaime, Sênior, n. Santarém, Portugal, e de Maria do Carmo Proença. Neto paterno do Capitão João Nunes Baião e de Felícia de Vasconcelos.  Cf. Fco. Augusto de Araújo Lima. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. p. 1749, quarto volume. Fco Augusto, 14.02.2017 - genealogia@familiascearenses.com.br 

  Manoel Madeira de Matos, que se dizia – também - descendente do Marquês de Távora. Nasceu na Freguesia de São Bento de Anseriz, Concelho de Arganil, Coimbra, filho de José Madeira, da Freguesia de Avô, Oliveira do Hospital, e de Águeda de Matos, n. Coimbra. Naturalidade não documentada. No batismo do neto Inácio, 2.1. é natural da Freguesia de São Bento de Ans?ris, AnCeriz. Cf. Livro de Batismo, Sobral. familysearch.org. 

   O Tenente Manoel de Matos Madeira casou-se a 16 de abril de 1738, na Capela de N. Senhora do Rosário, Riacho do Guimarães, Groaíras, Ceará, com Francisca de Albuquerque Melo, filha de Antônio de Albuquerque Melo e de Luzia de Albuquerque. Cf. Governo do Estado do Ceará. Datas de Sesmarias.   Ed.  Typ. Gadelha, Fortaleza, 1920/26. Cf. Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo. Cronologia Sobralense, Ed. Cearense, Fortaleza, 1974. Vol. I. p. 115.

   Manoel Pinheiro do Lago nasceu no ano de 1672, no lugar da Ponte, Freguesia de São Martinho do Lago, Concelho de Amares, Distrito de Braga, filho do Padre Baltazar Carvalho, Baltazar - “de Nantes” - de Arantes Carvalho, da Freguesia de Barreiros, Amares, e de Isabel Pinheiro, solteira, que nasceu no ano de 1649, no lugar da Ponte, Lago, Amares, e batizada a 19 de dezembro de 1649. Neto materno de Francisco Pinheiro e de Isabel Antônia.

Termo de batismo de Manoel Pinheiro do Lago, não consta o dia do seu nascimento. “Aos dezessete dias do mês de abril do ano de 1672 anos, batizei nesta Igreja (de São Martinho de Lago), a Manoel, filho de Isabel Pinheiro, solteira, da Ponte, deu por pai da criança o Padre Baltazar Carvalho, da Freguesia de Barreiros, (Amares). Foram padrinhos da criança, Diogo, solteiro, filho de Maria Francisca, viúva, da Cerdeira, (Amares), e madrinha, Joana Lopes, de Santa Marta, (Amares), e por ser verdade fiz este assento dia mês e ano era supra. O Padre Lobatto de Cunega e Castro.” Cf. Fco. Augusto. Siará Grande. Op. cit.

  Termo de batismo de Isabel Pinheiro, mãe de Manoel Pinheiro do Lago. “Aos dezenove de dezembro de 1649, pus os Santos Óleos a Isabel, filha de Francisco Pinheiro e de sua mulher Isabel Antônia, Batizada em casa por Luzia Antônia, do dito lugar, por estar em perigo. E por verdade fiz este assento e assinei em os ditos  dezenove de dezembro de 1649. O Cura Padre Francisco de Amorim.”

   Matias Pereira de Carvalho nasceu aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro de 1683, no lugar do Outeiro, Freguesia de São Cristóvão de Mondim de Basto, Vila Real, filho de Manoel Pereira e de Ana Carvalho. Os termos brasileiros não informavam a filiação e a naturalidade proposta era o Distrito do Porto.

  Termo de batismos de Matias Pereira de Carvalho. Matias, filho de Manoel Pereira e de sua mulher (Ana Carvalho), do Outeiro, desta Mondim, nasceu aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro de 1683 anos e batizou nesta Igreja (de São Cristóvão) o Reverendo Padre Jorge Álvares Moreira Pároco da dita Igreja e pôs os Santos Óleos; foi padrinho Francisco Gaspar, do Eiro, e madrinha Ana, filha de Ana Carvalho, o que por passar na verdade fiz este assento e assinei Padre Gaspar Antunes.” Obs. A data do batismo não é informada, neste e nos outros termos, do que se infere que as crianças eram batizadas no mesmo dia do nascimento, ou logo após. Cf. Siará Grande, op. cit.

Pedro de Souza Barbalho por engano tido como natural de Portugal.

Cf. Augusto Tavares de Sá e Benevides, Mombaça, Biografia de um Sertão, IOCE, Fortaleza, 1980, p.56. Cf. Vinícius Barros Leal. A Colonização Portuguesa no Ceará. UFC. Fortaleza. 1993. p.125.

  Naturalidade: Freguesia de Jesus Maria José, Sergipe. Filiação: Simão Ribeiro de Figueiredo e Cristina de Andrade. Profissão: criador de gados. Pedro, irmão do sergipano João Ribeiro de Figueiredo.

  Pedro de Souza Barbalho. Apelado. Apelante a Justiça, Crime. 23.09.1772/11.12.1775. - Idade: 78 anos. Preso: na Fortaleza das Cinco Pontas. A ação prende-se ao homicídio na Capitania do Ceará, Brasil, de João Francisco Salgado, nasceu na Freguesia de Fafe, Braga. Acórdão da Relação: 09.12.1775. Confirma a sentença dada pelo conservador em Pernambuco, e manda o réu pagar as custas. Escrivão: Frutuoso Álvares de Carvalho. Juiz conservador em Lisboa: Desembargador Manuel José da Gama e Oliveira. Feitos Findos, Conservatória da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, mç. 1, n.º 1, cx. 1. PT/TT/CCPP/0001/00001.

   João Francisco Salgado morador na Freguesia de Santo Antônio do Quixeramobim, faleceu da vida presente, vítima de tiros e facadas, com a idade de 30 e tantos anos, solteiro, a 09 de fevereiro de 1770, e foi sepultado das grades para cima, na Igreja Matriz do Quixeramobim. No mesmo dia faleceu o forasteiro Manoel da Paixão, também vítima de tiro.

   João Francisco Salgado irmão ora primo do Tenente Coronel José Vaz Salgado, foi assassinado por João Francisco Vieira (casado com Francisca Correia) e seu filho Antônio Francisco Vieira, Clérigo in Minoribus, naturais da Freguesia de Santo Antônio do Quixeramobim.

   Pedro de Souza Barbalho nasceu no ano de 1697, na Freguesia de Jesus Maria José, Siriri, Sergipe, filho de Simão Ribeiro de Figueiredo e de Cristina de Andrade. Criador de gados,  morador “na Ribeira da Mombaça”, Ceará. Faleceu a 30 de maio de 1778, com a idade de 81 anos, já viúvo, e foi sepultado na Igreja Matriz de Santo Antônio do Quixeramobim.

Pedro casou-se com Maria Teresa de Souza, filha de Maria Pereira, fundadora de Mombaça, Ceará.

Pedro de Souza Barbalho e Maria Teresa de Souza, pais de quatro filhos anotados. Cf. Livro de Matrimônios, Quixeramobim.  familysearch.org. 

Ceará Coito de foragidos. Uma inverdade bem difundida.

   A Habilitação do Santo Ofício, Inquirição de Génere, a presença dos Reverendos Visitadores que representavam o Senhor Bispo na cerimônia de confirmação da fé, Crisma, constituía a forma mais eficaz de controlar os fregueses. Tempo houve que se imaginou existir um Livro da Santa Inquisição do Ceará, extraviado. Constatei que nunca existiram livros da Santa Inquisição para as antigas Províncias, e sim de forma genérica todos estavam reunidos em Bispado de Pernambuco. Surpreende a idade dos habilitados (14 anos p. ex.) e a quantidade: 1750/1780, no Aracati existiam mais de cinquenta Comissários do Santo Ofício,

   Pedro José da Costa Barros nasceu aos oito dias do mês de março de 1749, na Rua do Souto, Vila de  Ponte de Lima, Viana do Castelo, filho de José da Costa, sapateiro, e de Ana Maria da Rocha, naturais da Vila de Ponte de Lima. Neto paterno de Domingos da Costa sapateiro, e de sua mulher Esperança de Barros da mesma Vila Ponte de Lima. Neto materno de Francisco Fernandes e de sua mulher Domingas Fernandes, também da Vila Ponte de Lima.

   Bisneto paterno do Padre Bernardo de Vilas Boas e de Domingas de Barros, solteira. Bisneto materno de Domingas Fernandes, filha do Padre Nuno de Guimarães, Abade da Freguesia de Soalhães, Marco de Canaveses, Porto, e de Isabel Mendes, solteira, moradora em Santo André de Guilhadeses, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo.

   Termo de batismo de Pedro José da Costa Barros. Pedro José, filho legítimo de José da Costa e de sua mulher Ana Maria, da Rua do Souto, desta Vila de Ponte de Lima, neto pela parte paterna de Domingos da Costa e Esperança de Barros, e pela materna de Francisco Fernandes e de sua mulher Domingas Fernandes, nasceu aos oito dias do mês de março do ano de 1749 anos, e foi batizado solenemente por mim Padre Antônio Marinho, Cura desta Igreja Matriz, e também pus os Santos Óleos aos dezesseis do mesmo mês e ano; foram padrinhos, Pedro, solteiro, estudante, filho do sobredito Domingos da Costa, e madrinha, Esperança de Barros, avó (paterna) do batizado, de que para constar fiz este termo que assinei com o padrinho, e pela madrinha a seu rogo o Padre Manoel Antônio Tição. O Cura Antônio Marinho.” Cf. Processo Habilitação para Familiar do Santo Ofício, mç. 38, doc. 644. 1778.

   Observar a Habilitação do Santo Ofício do sogro de Pedro José da Costa Barros, dos filhos e dos genros.

 

    José Pinto Martins. – Natural do Aracaty. Tendo deixado o Ceará em 1780, fundou uma pequena officina de carnes junto ao arroio Pelotas, Capitania do Rio Grande do Sul, em terrenos concedidos a Manoel Carvalho de Souza pelo governador José Marcellino de Figueiredo. Foi essa a origem da actual importante cidade de Pelotas”. Cf. Barão Studart, Geografia do Ceará. RIC, 1923, p. 316. Cf. Raimundo Girão, A Marcha do Povoamento do Vale do Jaguaribe. p. 71. Sem Editora. Fortaleza. 1986. p. 40. Cf. Francisco Augusto. Siará Grande, op. cit.

   O pequeno registro do Barão de Studart gerou toda a controvérsia a respeito da naturalidade do José Pinto Martins, fato que permaneceu obscuro por décadas. Óbvio que os gaúchos preferem um co-fundador de Pelotas, português a um cabeça-chata. Mas a verdade é que o Barão de Studart errou a naturalidade e a data da ida para o Rio Grande do Sul, fato raro acontecer nos seus valiosos escritos.

- Pinto Martins. Com casamento dos pais, casamento dos avôs paternos e maternos, e de um bisavô paterno. Antônio, Bernardo, Francisco, João, José e Manoel Pinto Martins, no Brasil viveram entre Recife, Aracati, Cariri e por último dois irmãos foram ao Rio Grande do Sul. A profissão do pai deles: Minerador d’água o mesmo que cavador de cacimba. O descendente Antônio Pinto Martins, c.c. D. Maria de Araújo do Carmo, pais do Engenheiro e pioneiro aviador Euclides Pinto Martins, n. 05 de abril de 1892, Camocim, Ceará, batizado três meses e 23 dias após seu nascimento, a 28 de julho de 1892, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Macau, RN. Manoel Pinto Martins casou-se com 19 anos de idade, no Cariri cearense, com uma menina da família Ferreira Quintães, e sem dúvida foi o menos rico e o mais feliz dos Pinto Martins ‘cearenses’. Cf. Siará Grande . Op. cit.

    

Dona Josefa Maria dos Reis: O Equívoco.

   O misterioso caso de Dona Josefa moradora na Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, foi divulgado de forma equivocada por quem demonstra que não teve oportunidade de pesquisar na fonte primária, tão fácil de ser utilizada. Surge então a distorção da verdade.

   A quinta filha de Manoel Henriques da Fonseca Júnior e de D. Joana do Rego, Josefa nasceu no ano de 1718 e adotou um segundo prenome Maria e por cognome dos Reis, prática comum nas mulheres da sua época, que via de regra não usava sobrenome paterno e/ou materno. O comum era p. ex. Ana Rita de Jesus, filha de Antônio de Castro Viana e de Isabel Francisca Xavier, enfim era tradição os nomes femininos nada terem da genealogia familiar.

   Quando usado tinham por norma seguir a alcunha da mãe, raro uma filha adotar o sobrenome paterno. Acontecia ainda de um filho, “filho-macho”, ser escolhido para dar continuidade ao apelido materno. Um exemplo bem conhecido: os gêmeos Cosme Ribeiro Bessa e Antônio de Holanda Cavalcante. Cosme, continuador da linhagem do seu pai Manoel Ribeiro Bessa, Antônio, da sua mãe, Ana de Holanda Cavalcante.

   Já o Capitão Mor do Ceará, Francisco Xavier de Miranda Henriques, n. em Portugal, pai de, Antônio José Correia de Sá, (Correia de Sá, homenagem a sua avó paterna), pai de: Francisco Xavier de Miranda Henriques casado com Ana dos Mártires do Espírito Santo. Não havia regra rígida na adoção dos sobrenomes. 

  Josefa Maria dos Reis casou-se (1) de idade 17 anos, a 22 de novembro de 1735, na Igreja Matriz de São José do Ribamar* da Fortaleza, com Antônio de Freitas Coutinho, n. Sergipe, alcaide, carcereiro, e tesoureiro do cofre dos órfãos, filho de Pedro de Freitas Falheiro e de Margarida de Brito Coutinho. Presentes, o Coadjutor da Freguesia da Capitania do Ceará Grande, Padre Luís Teixeira de Aguiar, os “padrinhos,” o Tenente Coronel José Correia Peralta, o Sargento Mor Manoel de Brito.

* São José do Ribamar segundo orago de Aquiraz, pertenceu ora a Fortaleza ora a Aquiraz, dentro da acirrada disputa acontecida entre as duas Vilas. Tal era a confusão que existem registros “Freguesia de São José do Ribamar de Nossa Senhora da Assunção”, por incapacidade eclesiástica de definir quem era quem.

   Exige cuidado na leitura para separar os termos da Fortaleza dos de Aquiraz, mas o livro onde se encontra o termo de casamento de Josefa, diz tudo: Livro de Batismos, (Misto), São José da Catedral, Fortaleza, 1726 / 1770.

- Antônio de Freitas Coutinho, a 05 de agosto de 1761, na Igreja Matriz da Fortaleza, é testemunha, no casamento de Antônio da Cunha Pereira, filho de Pascoal Nunes Pereira Jr. e de Antônia da Cunha, com Maria dos Prazeres, filha de Sebastião da Cunha Saraiva e de Teresa de Jesus Maria.

 Sua mulher D. Josefa, é encontrada sendo madrinha cinco vezes, pesquisa rápida, não focada para o tema, nos Livros Eclesiais da Freguesia de São José da Catedral, Fortaleza:

- A 20 de julho de 1734, na Igreja Matriz do Forte, Fortaleza, é madrinha de Félix, filho de José e de Caetana, escravos do Sargento Mor Manoel de Brito. Padrinho, Luís Teixeira e o Vigário, Padre Antônio de Aguiar Pereira, ministrou o sacramento do batismo.

- A 27 de janeiro de 1772, na Igreja Matriz da Vila da Fortaleza, é madrinha de Maria, filha de Francisco de Matos Velho e de Luzia Quitéria de Oliveira. Padrinho, Cristóvão Nunes Vieira, solteiro.

- Madrinha a 18 de março de 1775, na Igreja Matriz de Fortaleza, de Feliciana, filha de Antônio de Castro Viana e de Isabel Francisca Xavier, moradores na Vila da Fortaleza. Padrinho, o Doutor Ouvidor João da Costa Carneiro e Sá, solteiro. A inocente Feliciana faleceu da vida presente no dia 26 do mês de julho de 1777, com a idade de dois anos.

- No dia 14 de maio de 1777, na Igreja Matriz de N. Senhora da Assunção da Vila da Fortaleza, é madrinha de Ana, filha de Antônio Pereira Pacheco, da Freguesia de Paus dos Ferros, Rio Grande do Norte, e de Cipriana Pereira, de igual naturalidade do marido, moradores no Porangabussu, atual Bairro de Rodolfo Teófilo, Fortaleza.

-  A 26 de maio de 1778, na Igreja Matriz da Vila da Fortaleza, é madrinha de Feliciana, filha de Antônio de Castro Viana e de Isabel Francisca Xavier. Padrinho, José da Costa Dias e Barros, Doutor Ouvidor da Comarca do Ceará. Irmão da Confraria  do Santíssimo Sacramento da Vila do Aracati, a 30 de março de 1782. Cf. Arquivo Público do Ceará. Pesquisa: Ronald Tavares.

   Tais registros, somados ao fato de haver Josefa Maria dos Reis se casado as duas vezes, batizado Joaquim exposto a porta da sua casa, o óbito e sepultamento do segundo marido, e ter sido sepultada, todos eventos na Igreja Matriz da Fortaleza, sempre anotada como moradora na Vila da Fortaleza, demonstram que Josefa Maria dos Reis frequentava a Igreja e residiu na Vila da Fortaleza, e não como foi divulgado, por engano, na Vila de Aquiraz.

   Josefa casou-se (2) de idade 46 anos, a 09 de julho de 1764, na Igreja Matriz do Forte, Fortaleza, com Jacinto Coelho Frazão nasceu na Paraíba, morou em Baturité, Sobral, Parangaba, onde foi Juiz Ordinário, (Arronches, 1762), Sítio da Lagoa do Enchu, Ribeira do Banabuiú, e Fortaleza, viúvo, segundo marido que foi de Maria Lopes Leitão.

 Josefa Maria dos Reis, não teve filhos do primeiro matrimônio. No início do mês de março de 1741, foi exposto a porta de sua casa, Joaquim batizado a 11 de março do dito ano de 1741, na Igreja Matriz da Fortaleza, pelo Padre José Gomes Barreto. Padrinhos, Luís Ribeiro Monção, casado, e Francisca da Fonseca, casada.  Josefa do segundo matrimônio sem geração, a criança de nome Joaquim, exposta a porta de sua casa, não foi adotada.

   Josefa Maria dos Reis faleceu com a idade real de 71 anos, “de mais de 80 anos, para o termo de óbito”, aos 12 dias do mês de novembro de 1789, moradora na Vila da Fortaleza, recebeu todos os Sacramentos, e deixou testamento.

 Testamenteiros: o Capitão Mor Antônio de Castro Viana, compadre duas vezes da falecida e morador na Vila da Fortaleza, Felipe Lourenço e Gregório Álvares Pontes, Juiz Ordinário de Fortaleza, 1796, Vereador, Juiz de Órfãos, Capitão Mor da Vila da Fortaleza, 1802.   No testamento ordena:

“que seu corpo fosse envolto em hábito de São Francisco, e mais, deixou uma Capela de Missas para a Santa de seu nome, outra para São Francisco, outra Capela de Missas, ao Anjo da sua Guarda, outra a São Francisco, outra as Onze Mil Virgens, Capela de Missas a N. Senhora das Dores, mais Capela a N. Senhora do Rosário, mais uma Capela a N. Senhora da Conceição, mais uma Capela de Missas pela alma de seus pais, mais uma Capela de Missas pela alma de seus dois maridos e de sua escrava Luzia, uma pelas Almas, uma Capela pelo Santíssimo Sacramento, uma esmola em intenção dos dízimos a quem tinha pago o décimo, uma Capela de Missas a Santo Antônio, com todos os serviços satisfeitos com a esmola de ‘duzentos e quatrocentos’, uma de mil réis para a Irmandade do Santíssimo Sacramento, dez a Irmandade de São José, Orago da Matriz, dez a Irmandade das Almas, da mesma Matriz. Assina o termo o Padre Félix Saraiva Leão, Pároco de N. Senhora da Assunção da Vila da Fortaleza. Foi  sepultada das grades para cima, na Igreja Matriz de N. Senhora da Assunção da Vila da Fortaleza, acompanhada pelo Pároco, por todas as Confrarias e por todos os Sacerdotes que puderam ser alcançados, e o mesmo Reverendo Pároco e mais Sacerdotes que assistiram ao seu funeral e rezaram missa de corpo presente”.

    Josefa Maria dos Reis, na crônica histórica é citada com ênfase como perseguida por ser cristã nova, “refugiada em Aquiraz”. Nunca residiu em Aquiraz e sim em Fortaleza.

   Não há documentos que comprovem a perseguição, ao contrário, anota-se a marcante presença de D. Josefa, mesmo depois de viúva, nos livros eclesiais da Igreja Católica da Vila da Fortaleza.

   O termo de óbito de D. Josefa, rico em informações, evidencia a incoerência de haver sido perseguida. Estranho tanta devoção na hora da morte para uma cristã nova forçada, notadamente sem filhos, sem preocupação de uma atitude sua anti-cristã, nos últimos momentos de sua vida, viessem a prejudicar alguém, o marido já era falecido.

   Admite-se que se tenha convertido por convicção ou nunca tenha praticado o judaísmo. Além do conhecimento de que não havia “padrinho forte” que protegesse alguém do Tribunal do Santo Ofício. O elevado gasto despendido no seu funeral equivale ao valor de uma fazenda rural bem estruturada.

Obs. Capela de Missa: significa a quantidade de cinquenta missas celebradas do primeiro  dia do falecimento ao quinquagésimo dia do sepultamento.  

Filhos por Josefa Maria dos Reis e Jacinto Coelho Frazão. Sem geração. Fonte: Francisco Augusto de Araújo Lima. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Editora Expressão Gráfica, Fortaleza: 2016. Vol. IV. p. 1889-1898. 

 Domingos Sanches de Carvalho nasceu no mês de maio do ano de 1674, no lugar da Aroza, (Arosa), São João de Cavez, Cabeceiras de Bastos, Braga, filho de Sebastião Sanches e de Senhorinha Gonçalves, ambos naturais da Freguesia de São João de Cavez, Cabeceiras de Basto, Braga. Neto paterno de Agostinho Sanches e de Sabina Gonçalves, naturais da Freguesia de Santo Aleixo, Ribeira da Pena, Vila Real. Neto materno de Antônio Manoel, n. na Freguesia de Santa Maria, Cabeceiras de Bato, Braga, e de Maria Gonçalves, n. na Freguesia de São João de Calvez, Cabeceiras de Basto, Braga. Domingos Sanches de Carvalho, veio para Salvador Bahia. Habilitação do Santos Ofício, ano de 1722.

   Termo de batismo de Domingos Sanches de Carvalho. “Aos vinte dias do mês de maio de 1674 anos, eu Padre Antônio Carneiro Cura desta Freguesia batizei e pus os Santos Óleos a Domingos filho de Sebastião Sanches, do lugar da Aroza e de Senhorinha Gonçalves e foram padrinhos Lucas Francisco, do .?. e Isabel, solteira, filha de Francisco Dias, todos do lugar da Aroza, desta Freguesia e por ser verdade fiz e assinei hora dia mês e era ut supra. O Padre Antônio Carneiro.”

   

             Cf. Livro de Batismos, Cavez. Tombo. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, Cavez. familysearch.org.

 

Irmãs anotadas de Domingos Sanches de Carvalho: 1. Antônia n. 15 de janeiro de 1680. Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, Cavez. 1631/1735. familysearch.org. 171,197,204 2.  Benta nasceu no lugar da Aroza, aos 26 de novembro de 1688, pelo Padre Antônio Dias, da Freguesia de Ribeira da Pena. Padrinhos, Miguel Francisco e Isabel, filha de Francisco Lucas e de Maria Ribeiro, ambos de Aroza. Cf. Livro de Batismos, Cavez. Tombo.

 

   Esclarecido fica a não existência de judeus de origem húngara fundadores do Cavalo Morto, Boa Viagem, Ceará. Cf. Clóvis Lobo, Trabalho Inédito. Cf. Raimundo Girão, A Marcha do Povoamento do Vale do Jaguaribe. p. 71. Sem Editora. Fortaleza. 1986. p. 47.  Cf. Habilitação Santo Ofício. 1722.

Saraiva Leão.

Antônia - Esquecida Por Amar, n. 1747, em Morada Nova, Ceará, batizada a 11 de março de 1747, no Sítio da Tapera, Ribeira do Banabuiú. Gêmea com Juliana. 200 anos de silêncio ...

  1. Antônia, banida do mundo dos vivos e dos mortos. Para a tradição oral, que a esqueceu, ela não existiu. Foi esmagada pela audácia de haver tido uma filha natural, de nome Ana Batista. A época um “pecado” afrontar ao falso moralismo, notadamente em uma família muito religiosa. A sua existência foi à sombra da sua irmã Ana do Ó, sem luz própria e apesar de ser avoenga biológica da família Saraiva Leão, não se registra nem o seu prenome, muito menos o seu nome completo. Viveu pouco tempo ou teve apenas uma relação fortuita com João Batista da Costa Coelho, Tenente Coronel n. no  Porto, Portugal, e morou em Aquiraz, casado com Micaela de Jesus Ramos, natural de Goiana, Pernambuco. Cf. Siará Grande. Op. cit.

   Távora ... “a verdadeira nobreza da família: sair da lonjura - na época, estradas margeando o leito  dos rios - do Vale Jaguaribe, do Xique-Xique, do Caranguejo, do isolamento rural, da pobreza de recursos, ir estudar longe dos seus, em Seminário e Colégio Militar, instituições que amparavam jovens talentosos e pobres, e de repente integrar a elite do país”. Cf. Francisco Augusto de Araújo Lima. Famílias Cearenses Treze. Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil. Ed. Expressão Gráfica. Fortaleza. 2016. Vol. III p. 1718 / 1737.

   Távora, sobrenome de origem toponímica. Região de Távora, com área de 5.000 km², por onde corre o Rio Távora, afluente do Rio Douro na margem esquerda deste. Nasce nas proximidades do Concelho Trancoso, Distrito de Guarda e vai desaguar próximo a Freguesia de Távora, Concelho de Tabuaço, Distrito de Viseu. O Távora seria um hidrônimo. Outra alternativa: a Freguesia de Távora, Santa Maria, Freguesia de Távora, São Vicente, ambas no Concelho de Arcos de Valdevez, Distrito de Viana do Castelo, Portugal. Nada que sugira vinculação ao Marquês de Távora.

   A família Távora da Ribeira do Jaguaribe, estudada por vários autores, assim como os Távora do Nordeste.

Cf. Maria José Távora Cobra, Contribuição à Genealogia e História dos Távoras no Brasil. Ed. Athalaia, Brasília, 2009. 159 p. Cf. Manoel Pinheiro Távora. Távora e Cunha. RIC. 1971. p. 60,93.  Cf. Juarez Távora, Uma vida e muitas lutas, MEMÓRIAS. Livraria José Olympio Editora, RJ, 1974. Cf. Monsenhor Antônio Fernandes da Silva Távora. O Velho Távora, diz o Barão de Studart haver sido queimada em incêndio no Jornal Católico, O Apóstolo, no Rio de Janeiro, em março de 1897.

   O registro de “empastelamento” seguido de incêndio na sua sede existe. O seu acervo está a salvo na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, alguém salvou uma coleção. Disponível ainda em forma de Microfilme no Laboratório Multimídia de Pesquisa Histórica (LAMPEH) da Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa, MG. Necessário pesquisar e elucidar a pesquisa O Velho Távora.

                                                           

   E termino com uma sugestão. Vamos assumir a decantada cearensidade. Por que não criar algo que ampare a massa de descendentes de cearenses emigrados, perdidos mundo afora, em busca das suas origens. Qual o motivo para não aderir ao modelo israelita, português ou mesmo italiano, que privilegia largamente os oriundos? O Governo do Estado do Ceará teria de agir estrategicamente, tentando resgatar os milhares de meio (1/2) cearenses, que adorariam conhecer a terra dos seus ancestrais, desde que lhe fosse facilitado o acesso aos bancos de dados genealógicos. E com muita honra receberiam o equivalente a um passaporte cabeça-chata, após comprovada à sua cearensidade.

  Ressaltar o conteúdo humanitário e econômico, pois esses cearenses de origem, ‘meio – cearenses’, em qualquer lugar de mediana cultura, seriam encarados como um rico patrimônio a ser zelado e atraído e não um estorvo. .Cf. Francisco Augusto. Ipueiras dos Targinos, Fortaleza, 2006. 430 p.

Separata Revista do Instituto do Ceará, RIC - Editada 16 de maio de 2020 segundo mês de confinamento, Novo corona vírus 19, Covid 19, SARS-CoV-2, justifica pois a publicação nesta Página Famílias Cearenses.